Os problemas da pornografia – um mal para quem vê e para quem faz

A pornografia é um dos grandes problemas desta geração. Para muitos, começou como uma prática escondida. Depois, virou hábito. E quando algo se torna um hábito, é difícil parar. Ainda mais quando é possível satisfazer seu desejo por conteúdo pornográfico praticamente a qualquer hora ou em qualquer lugar, graças a internet.

Atualmente, o acesso e a produção desse tipo de conteúdo ficou mais fácil, sobretudo após a popularização dos smartphones. Mas embora o consumo de pornografia possa ser tratado como um “segredinho” de muitos, as consequências não demoram para aparecer. Essa prática, que pode parecer irrelevante de início, pode ter grandes e perigosas repercussões nos variados aspectos da vida de um ser humano.

Estudos sobre pornografia e a Indústria

A psicologia aponta os malefícios de um uso exacerbado do erotismo. Para a psicóloga e orientadora vocacional Cláudia Oliveira, a supervalorização da sexualidade pode ser caracterizada como um “transtorno do comportamento sexual compulsivo”. O diagnóstico é dado quando o paciente não possui mais autonomia sobre o desejo, e sente-se dominado pelas pulsões, esclarece a especialista.

Ainda segundo Cláudia, o vício tem consequências em toda a rotina do diagnosticado, inclusive na vida relacional: “Um problema seria o de substituir parceiros, caso essa prática se torne constante fazendo com que a pessoa abra mão de relações com os demais”. Ela aponta que toda a rotina da pessoa muda por conta do uso abusivo de conteúdo erótico: “As consequências são afastamento das pessoas, do trabalho, ruptura nas relações, queda na produtividade, descontrole emocional, comportamentos estranhos, e atos violentos”.

Pesquisas realizadas pela Universidade de Cambridge apontam que a pornografia pode ser tão viciante quanto as drogas. Na verdade, ela mesmo pode ser considerada uma droga, pois são muitos os motivos para julgarmos os vícios como problemas sérios, podendo causar danos irreparáveis na vida das pessoas. Hábitos excessivamente repetidos, sem nenhum tipo de auto-consciência, são tão catastróficos quanto as drogas ilícitas.

Além de Cambridge, estudos de Harvard, como os realizados pelo psiquiatra doutor Kelvin Majeres, especialista em terapia cognitivo-comportamental, também apontam que assistir pornô pode ser extremamente prejudicial ao cérebro. De acordo com Majeres, o cérebro funciona reproduzindo sensações e percepções depois de ser estimulado; dessa forma, não faz nenhuma distinção da realidade sexual e da masturbação. Ao ser instigado, o cérebro confunde as experiências e acaba por resultar num relaxamento pós-prática. A grande objeção, é que o organismo se acostuma com esse processo, rejeitando outras formas de obtenção de prazer.

Assim, pessoas casadas terão grandes problemas com seus parceiros, porque, conforme avançam no vício, acharão mais prazeroso assistir pornografia do que praticar relações sexuais. Por outro lado, os solteiros podem idealizar o sexo e até mesmo as pessoas, achando que todos os padrões dos filmes se aplicam à vida real, o que na verdade se mostra justamente o oposto. Os filmes frequentemente esteriotipam exacerbadamente homens e mulheres, apresentando modelos bem diferentes da maioria da população, incitando fetiches dos mais variados tipos, alguns até mesmo criminosos. Por exemplo, muitas mulheres sofrem violências anormais, que não são aceitas pela maioria das companheiras. Essa situação, além reduzir a integridade delas, incentiva homens a serem violentos, com reflexos não apenas no sexo bem como no dia-a-dia.

Os problemas da pornografia - um mal para quem vê e para quem faz
A perda da atração sexual e o afastamento conjugal são as principais consequências da pornografia.

Essas práticas podem ocorrer em violência física, divórcios e mesmo no abatimento da auto-estima, já que muitos se sentem inferiores por não corresponderem aos padrões impostos pelos filmes pornográficos. Não obstante, o consumo deles alimentam uma indústria bilionária, presunçosa e enfadonha. De acordo com a organização Treasures, anualmente são movimentados 100 bilhões de dólares no ramo, e mais de 11 mil filmes são produzidos apenas nos Estados Unidos.

Porém, a informação que muito desagrada é que quase 90% das mulheres da indústria foram abusadas sexualmente antes de iniciarem no campo; elas possuem, de acordo com a mesma organização, mais chance do que as outras de desenvolverem depressão, e muitas já sofrem com o estresse pós-traumático e com violências domésticas e no próprio setor. Mais de 85% delas já planejaram abandonar o ramo, mas se viram impedidas por não possuirem outras oportunidades de trabalho e por serem ameaçadas. Com o consumo rendendo lucro constantemente, a perspectiva de transformação dessa realidade é baixa.

Relatos de ex-atrizes

Apesar da grande dificuldade em abandonar a indústria, muitas que fizeram isso relatam situações chocantes. Shelley Lubben é uma delas. Atriz pornô dos anos 1990, Lubben afirmou ao site estadunidense LifeSiteNews.com que a prostituição destruiu sua vida, sendo a “pior e mais horrível coisa na qual eu me envolvi em toda minha vida”. Ela ainda relatou a exposição que a colocavam, ao forçar-lá a fazer sexo sem preservativo, correndo o risco de ser contaminada pelas DST’s (doenças sexualmente transmissíveis.)

Ademais, também informou que foi abusada aos nove anos de idade, e sem o amparo de sua família foi levada a entrar no ramo pornográfico por não ter condições de se sustentar em Los Angeles, na Califórnia. A declaração igualmente conteve outras denúncias. Lubben contou: “[…] a pornografia é tráfico sexual. Ela é considerada uma indústria de morte porque é exploradora”. Shelley foi ameaçada por diversas vezes a gravar cenas que não queria, e se pensasse em negar era chantageada, pois diziam que fariam de tudo para acabar com sua reputação.

Mia Khalifa, atriz mundialmente conhecida, se arrependeu muito de ter gravado pornografia. Foto: BBC

O caso mais recente foi de Mia Khalifa. Em entrevista à BBC, ela disse que sofrou muito nas gravações, se sentiu exposta e usada como um objeto. Ainda afirmou que a indústria pornô é tóxica com homens e mulheres de todas as idades. A produtora de seus filmes, que foram somente 11 em apenas três meses, continua lucrando com os conteúdos, enquanto Mia recebeu apenas 12 mil dólares na época.

O que diz a Palavra de Deus?

A Bíblia revela que a pornografia rompe com o plano de Deus para a humanidade. Como afirma o primeiro livro da Bíblia, Gênesis, em um de seus textos que diz que a realização sexual não ocorre solitariamente: “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une a sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24).

Em outra passagem bíblica, agora no Novo Testamento, Paulo escreve aos Colossenses e os aconselha a evitar o prazer pelo prazer: “Mortificai, pois, vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixão, desejos maus, e a cupidez, que é a idolatria” (Cl 3,5). Em seguida, o Apóstolo recomenda a vida generosa e livre no amor: “Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3,14).

Como abandonar o vício da pornografia?

Os problemas da pornografia - um mal para quem vê e para quem faz
Os problemas da pornografia – um mal para quem vê e para quem faz | Unsplash

Se afastar do vício de consumir pornografia pode ser um processo difícil, mas não impossível. Segundo o psicoterapeuta cristão Peter Kleponis, a solidão, a insegurança, o estresse, o desassossego e disfunções psicológicas, como divórcios e traumas, podem levar as pessoas ao vício. Dessa maneira, é preciso fortalecer as práticas que se oponham a essas características. Ou seja, estar em situações de convívio social satisfatórias, ter relacionamentos positivos e sólidos, manter uma rotina saudável e frequentar terapia física e psicológica podem ajudar muito nesse processo.

Dicas para se distanciar da pornografia:

1 – Cuide da sua alimentação.

É importante estar bem, fisicamente e emocionalmente, e isso envolve estar confortável consigo mesmo, com o próprio corpo. Para isso, é preciso manter uma dieta saudável; comer excessivamente pode desenvolver ansiedade e obesidade, não comer adequadamente, por outro lado, pode desenvolver problemas de saúde tão graves quanto. Se necessário procure um nutrólogo ou um nutricionista.

2 – Pratique exercícios.

Fazer exercícios físicos sempre é bom, e, além de ajudar a se distrair, contribuem para um bem-estar físico e emocional muito grande. Se frequentar academia for custoso, a internet fornece vários treinos online, gratuitos e acessíveis.

Realizar exercícios físicos é fundamental para manter a auto-estima e a saúde do corpo.

3 – Ocupe seu tempo livre.

A melhor forma de fazer isso é se entretendo; caso esteja desocupado não hesite em se distrair e se divertir. Assistir filmes, séries, realizar chamadas de vídeos, conversas e ler são ótimos exemplos. A leitura é um hábito que deve ser cultivado frequentemente, porque traz conhecimentos surpreendentes.

4 – Leia a Bíblia.

Como dito, a leitura é extremamente benéfica; ler as Escrituras é uma prática que só terá a acrescentar à sua vida. A Bíblia contém muitos ensinamentos virtuosos, e ali encontramos inúmeras experiências para se espelhar. Relatos de fé, de esperança, de perseverança; a Bíblia apresenta uma infinidade de exortações que nos guiam em nossos momentos mais sombrios. Nesse sentido, a espiritualidade pode ser uma persistência bem recompensadora.

Qual tradução da Bíblia é melhor para você?
A leitura da Bíblia transforma nossas formas de agir e compreender o mundo.

5 – Pratique a oração e a meditação.

Quando estamos sozinhos, sem nenhum modo de se entreter ou como se distrair materialmente, ainda é possível orar e meditar. A meditação é uma prática de concentração, de se voltar para o interior e pensar, de preferência em um lugar calmo e relaxante, nas coisas boas da vida, para refletir sobre suas ações e sobre a presença de Deus. Já a oração é uma conversa com Ele. Sabemos que o Senhor está em todos os lugares, orar, portanto, é uma prática que pode ser feita em qualquer local e horário. Fale com Deus, conte a Ele seus desafios, suas aflições, e peça forças e sabedoria para enfrentar suas adversidades.

6 – Procure ajuda.

É indispensável ter consciência que não precisamos passar por tudo sozinhos, há profissionais dispostos e preparados para esse tipo de atendimento. Frequentar um psicólogo, ou então outras terapias alternativas, pode manter nosso estado emocional em dia.

Site do doutor Kelvin Majeres para apoio online: http://www.overcomingcravings.com/.

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Por Alex Braga e Ramon Caji.

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