Grandes personalidades cristãs: cientistas, filósofos e outros pensadores.

Muitos líderes e personalidades defenderam o cristianismo em suas atuações. Outros ainda contribuíram para o conhecimento de formas distintas, mas professavam sua fé em Deus. Separamos alguns filósofos, cientistas e pensadores que ficaram marcados por suas contribuições e atuações nessas áreas.

Agostinho

Agostinho (354-430) é considerado o maior filósofo cristão da Antiguidade.
Agostinho (354-430) é considerado o maior filósofo cristão da Antiguidade.

Viveu na época da chamada Antiguidade Tardia, já nos últimos anos do Império Romano. Suas obras não marcaram apenas os cristãos, pois praticamente todos os grandes filósofos após ele precisam lidar com suas formulações.

Agostinho de Hipona é um dos pensadores que mais influenciou o cristianismo, interpretando e resolvendo muitas questões. Uma delas, por exemplo, é o Problema do Mal. Para ele, o Mal não foi criado por Deus, porque não é algo para ser criado. O Mal é simplesmente a ausência do Bem, da mesma forma que as trevas são a ausência de luz. Quando o ser humano virou a face em direção oposta a de Deus, ele passou a ver suas sombras e a ter consciência do Mal.

Já em relação à permissão do Mal no mundo, Agostinho dissertou sobre o livre-arbítrio. Ele entendeu que Deus necessariamente precisa permitir que os males aconteçam, porque senão estaria sendo um juiz autoritário. Ou seja, se Deus nos proibisse de fazer maldades, estaria cerceando nosso livre-arbítrio, nossa capacidade de escolher. Se assim fosse, ele teria escravos e não pessoas livres. Deus oferece aos humanos um amor que precisa ser escolhido.

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Foi oficialmente convertido e batizado em 387. Tornou-se sacerdote da igreja de Hipona em 391, localizada no Norte da África, onde hoje é a atual Tunísia. E se tornou bispo de lá em 395, permanecendo assim até sua morte em 430. Apesar de possuir diversos livros sobre religião e filosofia, os dois mais famosos são as Confissões de 398 e a Cidade de Deus de 410. Em suas Confissões, Agostinho enfrenta muitas questões relacionadas às vidas cristãs. São diversos relatos autobiográficos, escritos de forma poética e bastante elaborada. Foi o primeiro grande autor a elaborar uma autobiografia.

Cidade de Deus pode ser considerada sua magnum opus, ou obra-prima. Ele elaborou uma complexa interpretação da realidade social humana a partir da filosofia platônica, aplicada ao cristianismo. Para ele, o mundo físico é uma cópia do mundo astral. Isso significa que o mundo ideal é concebido apenas por Deus, e que essas sociedades que formamos aqui na Terra são imperfeitas e não podem compreender o Reino de Deus.

Nessa obra, enfrentou temas como a origem e do bem e do mal, do pecado, da morte, do direito, da lei, do tempo e do espaço, da Providência, da ação humana e do destino no desenvolvimento da História. Para Agostinho, somente a Nova Jerusalém será perfeita e a verdadeira cidade dos desígnios de Deus.

Tomás de Aquino

Tomás de Aquino (1225 - 1274) foi o maior filósofo cristão medieval.
Tomás de Aquino (1225 – 1274) foi o maior filósofo cristão medieval.

Se Agostinho viveu quase no início da Idade Média, este aqui viveu no seu auge. Para fazer sua própria filosofia, Tomás de Aquino precisou lidar principalmente com Agostinho, mas resolveu reproduzir o exemplo de Aristóteles com Platão e discordar de seu antecessor em muitas coisas.

Aquino foi membro do clero regular, da ordem dos dominicanos, na região da Itália, e viveu no século de maior produtividade intelectual do período medieval. No século XII, as universidades foram desenvolvidas para dar conta do crescimento de debates e produções literárias que se desenvolveram. Assim, no século seguinte os temas filosóficos foram grandemente abordados pelos pensadores da época. E o maior debate era em torno da filosofia aristotélica, diferentemente dos primeiros séculos da Igreja, nos quais o debate era em torno de Platão.

As discussões eram principalmente sobre a conciliação da fé e da razão e sobre a natureza humana. Aquino adentrou profundamente nessas questões e resolveu construir uma obra enorme e super densa, “resumindo” as suas considerações sobre teologia e filosofia. Esse conjunto de livros talvez seja a mais completa discussão filosófica cristã já produzida por apenas um único autor, chama-se Suma Teológica.

Ele discordou de Agostinho sobre a natureza humana. Para Aquino, nossos corpos e almas são diferentes, mas unidas num único propósito. Em outras palavras, ele assumiu que o mundo físico não é imperfeito. Isso porque Deus criou o mundo físico e o espiritual, e o ser humano é formado pelos dois. Para ele, nosso corpo físico se relaciona com o conhecimento experimental, já a alma interage com Deus através da Razão. Assim, ele defendia que fé e razão se conciliavam através do próprio ser humano.

Veja esse vídeo abaixo sobre filosofia medieval, Agostinho e Tomás de Aquino.

Kierkegaard

Gravura de Soren Kierkegaard (1813 - 1855).
Gravura de Soren Kierkegaard (1813 – 1855).

Poucas pessoas conhecem Soren Kierkegaard. Ele foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês. Sua grande contribuição para a filosofia é o existencialismo, pois foi o primeiro a tratar sobre o tema. Já seu trabalho teológico centrou-se na ética cristã, nas igrejas como instituições e na relação do homem com Deus. Muitas de suas obras tratam do amor cristão. E foi um dos ferrenhos opositores da união entre o Estado e a Igreja.

Kierkegaard viveu em uma época de grande desenvolvimento científico. Nesse contexto, o materialismo ganhava força no pensamento dos grandes intelectuais, que chegaram a dizer que o mundo físico é tudo que existe. Mas Soren defendeu que a ciência não pode se dar conta do espírito, ou de qualquer coisa que não seja experimental. Por isso, é inviável concluir que todas as verdades e análises devem ser materialistas.

Ele tratou da angústia e do temor a Deus. E viveu em constante lutar interior para defender o cristianismo. Dizia que o cristianismo não é uma cultura, é uma inquietação de espírito e temor constante. A cultura é a cristandade, que por vezes se desvia do verdadeiro cristianismo. A fé para Kierkegaard representa a verdadeira existência, pois através dela podemos nos conectar com Deus.

Foi o primeiro a criticar a própria filosofia por apenas criar conceitos abstratos, e não se ater para as existências sociais. Para ele, a existência não é um conceito, mas uma realidade prática. As pessoas são livres para escolher o que quiserem ser. Além disso, ele também condenou a intermediação entre Deus e os homens, e os papéis hipócritas dos religiosos e das igrejas.

Seus principais livros são Enten-Eller (1843), O Desespero Humano (1849), Temor e Tremor (1843), O Conceito de Angústia (1844) e As Obras do Amor (1847). Kierkegaard enfrentou diversos desafios em sua vida, abordou muitos aspectos da filosofia, mas nunca perdeu sua fé em Deus.

Nicolau Copérnico

Nicolau Copérnico (1473-1543) retomou a teoria heliocêntrica
Nicolau Copérnico (1473-1543) retomou a teoria heliocêntrica

Teve uma grande importância para o desenvolvimento científico mundial. Nicolau Copérnico viveu no reino da Prússia Real, atual Polônia. Foi cônego católico, astrônomo e matemático. Contribuiu principalmente com a retomada da teoria heliocêntrica.

O pensador grego Aristarco de Samos havia sido o primeiro a propor que a Terra orbita em torno do Sol, isso no século III a.C. Mas o pensamento greco-romano que predominava era o geocentrismo de Aristóteles, que presumia o oposto. Esse paradigma permaneceu incontestável por mais de mil anos.

Copérnico retomou a teoria heliocêntrica por conta de suas pesquisas. Ele propôs que a imobilidade da Terra não fazia sentido algum. Ah, vale informar que desde Aristóteles o modelo do globo permaneceu absolutamente incontestável, inclusive na Idade Média. Todos os experimentos só batiam a partir da esfericidade da Terra. Mas não era o caso do geocentrismo, que colocava o planeta como um glóbulo inerte no meio do Universo. Para Copérnico os movimentos dos astros só eram mais precisos se considerássemos que a Terra estava circulando em torno do Sol.

Johannes Kepler foi o responsável por corrigir alguns erros dessa proposta de Copérnico um século mais tarde. Ele refutou a órbita em círculos, e propôs que a Terra se movimentava em elipses, um formato oval. Mas o importante é que Copérnico abriu caminhos científicos com sua teoria heliocêntrica, reafirmada pelos cientistas posteriores a ele. Um dos mais famosos destes foi Galileu Galilei, que apresentou uma série de argumentos novos para provar que a Terra estava se movimentando. Veja abaixo a explicação.

Gregor Mendel

Gregor Mendel (1822-1884) é considerado o pai da genética.
Gregor Mendel (1822-1884) é considerado o pai da genética.

Talvez você se lembre de suas aulas de genética. Gregor Mendel foi um biólogo, botânico, monge agostiniano e meteorologista austríaco. Ele é considerado o pai da genética. Suas pesquisas envolvendo as características biológicas transmitidas dos pais para os filhos possibilitaram o desenvolvimento mais aprofundado da genética futuramente. Em sua época, não se conhecia nem mesmo a divisão celular, menos ainda o DNA. Mesmo assim ele foi capaz de criar regras científicas a partir da análise e observação de plantas e animais.

Ele fazia parte de um monastério agostiniano, onde participava de atividades educacionais. Mas foi na Universidade de Viena que adquiriu conhecimentos básicos de física, matemática e história natural. Mendel passou a lecionar ciências naturais e a dedicar-se ao estudo do cruzamento de espécies diferentes de seres vivos, como ervilhas, feijões, camundongos, abelhas, flores, etc.

Ele propôs que a existência de características distintas é devida à existência de unidades elementares que são compartilhados hereditariamente. Hoje, essas unidades são chamadas de gen no singular, e genes no plural. E sabemos que estão localizadas na estrutura do DNA das células, como se fossem um código de programação.

Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski (1821-1881) é um dos maiores nomes  da literatura.
Fiódor Dostoiévski (1821-1881) é um dos maiores nomes da literatura.

Com certeza ocupa o topo da literatura russa, juntamente com Liev Tolstói. E provavelmente está figurado nos primeiros lugares da literatura mundial. É considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, dedicado particularmente à investigação da psiquê de seus personagens.

Fiódor Dostoiévski viveu no Império Russo e havia se formado em engenharia antes de se dedicar exclusivamente ao trabalho de escritor. Suas obras abordam inúmeros temas complexos, e podemos dizer que ele fazia filosofias com ficções. Dentre os temas, é preciso citar: o significado do sofrimento, da culpa, do livre-arbítrio, e do cristianismo. Sua posição em relação à religião sempre foi extremamente crítica, mas manteve-se ligado ao cristianismo ortodoxo durante toda sua vida.

Ele foi capaz de influenciar não apenas a literatura, bem como a filosofia, a psicologia e a teologia. É considerado o precursor de inúmeros movimentos, como a própria psicanálise. Sua popularidade na Rússia é tanta que em São Petersburgo é comemorado o “Dia Dostoiévski”, dia 11 de novembro. Possui inúmeras obras publicadas, mas vale a pena citar as que julgamos ser as mais conhecidas. Crime e Castigo de 1866, O Idiota de 1867 e sua obra-prima: Os irmãos Karamazov de 1879.

Obra aclamada pela crítica mundial, Os irmãos Karamazov é o último romance publicado por Dostoiévski. É o livro pelo qual ele ficou mundialmente conhecido. São abordadas as questões existenciais de três irmãos diferentes, que representam distintos aspectos da realidade humana. Embora não citada diretamente, é desse livro que surge a famosa paráfrase relacionada à Dostoiévski: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”. É uma possível referência ao fato de que os valores morais só fazem sentido com a existência de Deus.

Lemaître

Georges Lemaître (1894-1966) e Albert Einstein (1879-1955) em 1933
Georges Lemaître (1894-1966) e Albert Einstein (1879-1955) em 1933

Georges Lemaître foi um padre católico, astrônomo, cosmólogo e físico belga. Ficou mundialmente conhecido por ter sido o criador original da teoria do Big Bang, ou hipótese do átomo primordial. Estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e na Universidade Católica de Lovaina. Viveu numa época de grandes debates científicos, na onda de renovações iniciada por Albert Einstein no começo do século XX.

A relatividade de Einstein mudou completamente a física. Os pressupostos mecanicistas da física clássica de Isaac Newton foram quase todos refutados e atualizados. Einstein havia proposto que a massa dos corpos distorce o tecido do espaço-tempo, provocando atrações entre si.

Além disso, também explicava que a massa poderia se converter em energia e vice-versa, não sendo características imutáveis. Afirmou que o tempo e o espaço são relativos dependendo da posição do observador e da relação de atração entre os corpos. Essas colocações contribuíram para perceber o Universo com um um grande campo dinâmico e mutável.

É nesse contexto que Lamaître se encaixa. Ele estudou a relatividade e os princípios novos da física e concluiu que o Universo estava em expansão. Assim, ele propôs que tudo que existe estava condensado unicamente em uma singularidade, chamada de átomo primordial. Essa proposta foi desenvolvida mais tarde até resultar na teoria atual do Big Bang.

Ao contrário do que muitos pensam, o Big Bang não é uma hipótese ou uma sentença que explica a origem do Universo através de uma explosão. Não se trata de explicar a origem das coisas, mas do movimento. Uma teoria é um conjunto de explicações baseadas em evidências, e a teoria do Big Bang propõe que o Universo está em expansão. Por isso conclui-se que esteve extremamente compactado, há pelo menos 13,7 bilhões de anos. É apenas isso que pode ser provado empiricamente, através da observação. O resto é especulação. A expansão do Universo foi comprovada por muitos experimentos, entre eles a observação do afastamento das galáxias pelo telescópio Hubble.

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