Redoma – a escravidão das próprias escolhas

Durante a idade média, a clausura foi a alternativa espiritual para aqueles que estavam em busca da eternidade para suas almas. Por outro lado, este tempo foi caracterizado por uma intensa procura por salvação para muitos estavam vivendo debaixo de uma intensa escuridão. A insuportabilidade de uma vida sem horizontes e a ausência de uma vida feliz, levou a milhares de jovens e adultos a escolherem a vida monástica.

Como a clausura é o fechamento para o mundo. Ela não tem o poder de retirar o mundanismo de dentro das pessoas. Ela também não tem o poder de livrar as pessoas do sofrimento que elas vem trazendo dentro de seus corações. O que ela oferece é o ambiente para uma busca intensa de Deus, se você acreditar que o ambiente é suficiente para este encontro.

O fato é que milhares de pessoas revelaram que o ambiente não era capaz de transportá-los da religião do medo para a presença de um Deus bondoso. A vida monástica estava em franca decadência e, aqueles que haviam prometido dedicar-se à uma vida santa, não estavam nem um pouco próximos de cumprir esta promessa que fizeram publicamente através de seus votos. Quando escolheram este tipo de religiosidade optaram por uma redoma.

Redoma

Uma redoma é o lugar onde ninguém entra e ninguém sai. O hermetismo das redomas acaba por esgotar o ar e a vitalidade de quem se pôs no claustro em busca de ar e vitalidade. A solidão não pode produzir o belo, assim como, não pode produzir o feio. Jesus afirmou que o belo e o mal existem dentro do homem e não fora dele. O coração humano é a fonte de tudo que um dia se torna visível e exterior.

Geralmente as redomas são feitas de vidro. Elas têm como objetivo não permitir que aquilo que é externo tenha acesso ao conteúdo que fica muito bem guardado no interior do vidro.

Se uma pessoa se coloca dentro de uma redoma, ela consegue ver o que está fora de sua redoma, mas não consegue fazer ou tomar parte daquele outro mundo. Por isso as redomas não são herméticas como as pessoas gostam de imaginar. Elas recebem toda a influência que os olhos conseguem cobiçar. Mas, não conseguem compartilhar o que vive dentro delas. Porque elas não sabem o que se passa no seu interior, uma vez que, escolheram conscientemente ou inconscientemente a rotina da solidão.

Prisão de sofrimento e dor

Ninguém se põe numa redoma de tristeza e de dor espontaneamente. O sofrimento nos empurra para dentro de uma clausura da qual não conseguimos nos livrar. Sozinhos e repletos de fracassos e perdas, enfrentamos o reflexo de nossa imagem distorcida pelos enganos que cometemos. Nós vemos nossa imagem refletida no vidro de nossa redoma. Esta imagem não é a verdadeira imagem de quem somos. Ela só pode refletir o que sentimos na exclusão, a qual nos submetemos.

Deus criou a todos os homens para que fossem seres livres. Jesus veio para libertar a todos aqueles que estão vivendo cativos debaixo de uma escravidão, vivendo reclusos num mundo de tristeza e dor. A redoma veda os olhos de quem está preso por sofrimentos, de enxergar que existe um mundo de liberdade e de novidade, esperando por aquele que já não consegue esperar por nada de novo.

Jesus veio ao mundo para trazer esta boa nova. Ele veio retirar a escravidão sobre a qual estávamos presos até por nossas próprias escolhas. Ele veio ao mundo para quebrar a redoma de dor que nos isolava e nos consumia, afirmando que não havia como nos livrar da perdição em que estávamos presos num mundo de exclusão, submetidos a uma vida sem esperança.

Ele é a nossa esperança, libertação!

O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou- me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;

Isaías 61.15

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Eli Moreira
Eli Moreira é pastor e escritor. Fundou o Redenção para comunicar a mensagem da paz de Jesus à diversidade cultural de nosso País. Todos são convidados para irem aos nossos encontros às 20h30 na Rua Augusta 2283 - São Paulo, SP.