Indiferença Crônica – o descaso e desinteresse dos nossos dias

Se os relacionamentos pudessem ser definidos por tons, qual seria a cor da indiferença? Afinal o que é indiferença, porque ela dói tanto? Porque a indiferença ainda vitima milhões de pessoas diariamente no mundo?

Indiferença é ausência de interesse; descaso, desinteresse, frieza, ausência de sentimento de consideração com o ser humano; negligência.

Indiferença é o avesso do amor. É a ausência de sentimento. Muito acham que venceram o rancor contra uma pessoa que lhes fez mau. Afirmam não sinto nada por ele, se ele passar pela rua sou capaz de não o perceber. Ele é menos do que nada! Algumas destas expressões se forem acompanhadas de verdade serão uma expressão do que seja indiferença. Indiferença é inversamente proporcional ao amor. Enquanto este sente aquele não sente. Enquanto amor é devoção o outro é esquecimento.

Alguns perguntam o que é pior, desprezo ou indiferença? Indiferença tem diversos tipos de manifestação – o desprezo é uma de suas manifestações que pode iniciar de maneira modesta ainda misturada com o ódio, mas que atingindo seu ápice desfechará no largo rio do desamor, a indiferença.

A Bíblia chama o sentimento da indiferença de não amor, ou seja, a frieza absoluta em relação a uma ou diversas pessoas. Veja em I João 3:14:

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte”.

O prognóstico da Bíblia para o futuro é que os homens afastados de Deus por suas escolhas serão tomados por uma insensibilidade de grandes proporções. como lemos em II Timóteo:

“Saiba que nos últimos dias haverá tempos muito difíceis. Porque as pessoas só amarão a si mesmas e ao dinheiro. Serão arrogantes e orgulhosas, zombarão de Deus, desobedecerão a seus pais e serão ingratas e profanas. Não terão afeição nem perdoarão; caluniarão outros e não terão autocontrole. Serão cruéis e odiarão o que é bom, trairão os amigos, serão imprudentes e cheias de si e amarão os prazeres em vez de amar a Deus. Serão religiosas apenas na aparência, mas rejeitarão o poder capaz de lhes dar a verdadeira devoção. Fique longe de gente assim!”
2 Timóteo 3:1-8 NVT

Por que a indiferença dói tanto?

A indiferença pode causar muita dor porque ela nos atinge como uma rejeição, como se nós não tivéssemos importância. Quando alguém se sente indiferente em relação a nós, nos sentimos como se estivéssemos sendo ignorados, sem valor.

A indiferença é o nascedouro dos abismos com referência ao sentimentos. Ela é um abismo tão profundo que não permite que aquele que vivencia o desamor seja capaz de vislumbrar quem seja o outro, qual seja sua realidade, quais sejam as suas dores.

A indiferença fará com que a desigualdade social de nosso país e de tantos países que vivem na pobreza se perpetue. Não sentimos o que somos incapazes de ver porque nosso coração não quer sentir! Desta forma o seu dia pode talvez ser representado pelas palavras abaixo.

indiferença crônica
indiferença crônica causa uma morte lenta.

Indiferença Crônica – Um texto de Eli Moreira

O despertador toca. Dezenas de atividades me esperam para o dia que anuncia sua chegada há apenas poucos segundos. Os primeiros momentos do dia não são os de maior reflexão. Tenho que me aprontar para que eu não me atrase para os muitos compromissos que me esperam. Durante muitos destes dias, o trabalho se estenderá até que a noite já se tenha estendido sobre a terra há várias horas.

A saudade das pessoas amadas me seguirão durante todo o dia. Em muitos momentos, eu usarei de todos os recursos tecnológicos para me aproximar das pessoas que tanto amo. Mas, a distância é sempre implacável. E eu continuo esperando o momento em que, poderei abraçar aqueles que trago sempre dentro de mim, para poder ver o tempo passar ao lado destas pessoas.Não consigo deixar de visualizar uma ampulheta diante de meus olhos. O dia vai desaparecendo lentamente e eu fico pensando o que deveria fazer de melhor para com o meu dia.

Muitas e muitas vezes fico pensando que é impossível deixar de ter uma visão egoísta acerca da vida! O tempo não é tão extenso quanto eu pensava. As horas já não são tão generosas para comigo, como eu havia pensado, num passado recente.

Como enfrentar a todos os desafios que se apresentam diante de meus olhos e ainda me importar com o sofrimento de outras pessoas? Como me preocupar com aqueles que eu não conheço, quando aquelas que eu conheço já precisam tanto de minha atenção.

Por esta razão, eu tenho que enfrentar uma doença pós-moderna para a qual eu dei o nome de Indiferença Crônica. A Indiferença Crônica é uma doença muito comum. Está presente em todos os lugares que vocês puderem imaginar. Nos transportes coletivos, nos locais de trabalho, nas universidades e escolas públicas e particulares. Você pode contraí-la nos bairros mais pobres da cidade ou na alta sociedade. Vejam que a Indiferença Crônica é mais perigosa do que as pessoas geralmente se dão conta.

A indiferença pode matar? Pode. Mas um tipo de morte lenta. Ela parece com outros tipos de doença que tiram a sensibilidade nervosa dos pacientes, só que no seu caso ela opera no psiquê das pessoas, ou seja, na alma das pessoas para que elas não se importem com o sofrimento alheio e passem a considerar que os seres mais importantes do mundo são elas mesmas, e que, quando elas estão dedicando-se a si próprias e àquelas pessoas que amam, estão cumprindo o grande propósito de sua humanidade.

O problema é grave. Grave porque o grande povo não acredita que a indiferença crônica seja um mal social, espiritual ou pessoal. É normal não se importar com ninguém além de nós mesmos.

Com o passar do tempo, a segregação das pessoas que sofrem, daquelas que não sofrem, das que estão depauperadas vivendo sem horizontes, das que estão felizes tornou-se completamente natural.

Para alguns as igrejas adotam o formato de comunidade para dizer aos visitantes que se achegam a elas, a seguinte frase: Somos poucos e estamos ocupados conosco mesmos, procure outra comunidade para agregar-se! Não queremos dividir atenção, carinho, o pastor, nossos professores ou nossos grupos de estudos com pessoas que podem nos causar problemas futuros.

O que fazer diante de uma escalada cada vez mais alta desta epidemia de indiferença para com a vida do outro, com as causas dos pobres e marginalizados, daqueles que não tem quem os socorra?

Devemos pedir a Deus que nos sensibilize de novo. Pedir-lhe que não possamos contagiar nossa família com atitudes egocêntricas e mesquinhas de amar somente aos que nos amam. Se escolhermos lutar contra alguma coisa, que não seja contra o nosso semelhante, mas, contra a adoração ao trabalho que nos promete conceder uma vida feliz ao seu lado durante toda a eternidade.

Por isto eu suplico: Senhor, ensina-me a chorar! Lembrando-me de suas palavras:

Bem- aventurados os que choram, porque serão consolados.

Mateus 5.4

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