Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus

O discípulo Judas Iscariotes é mencionado pela primeira vez pelo nome em Mateus 10:4: “… e Judas Iscariotes, aquele que traiu [Jesus].” Ao longo de toda a história, ele é conhecido como o homem que traiu Jesus.

Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;
Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu.
Mateus 10:24

A Bíblia não cita a profissão de Judas, mas diz que ele tinha um grande amor pelo dinheiro. Era o tesoureiro entre os discípulos, mas roubava parte do dinheiro coletado.

Judas passou cerca de três anos com Jesus. Ele estava entre os enviados para proclamar o evangelho e curar as pessoas:

Reunindo os Doze, Jesus deu-lhes poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças,
e os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos.
E disse-lhes: “Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra.
Na casa em que vocês entrarem, fiquem ali até partirem.
Se não os receberem, sacudam a poeira dos seus pés quando saírem daquela cidade, como testemunho contra eles”.
Assim, eles saíram e foram pelos povoados, pregando o evangelho e fazendo curas por toda parte.
Lucas 9:1-6

Judas viu Jesus como um professor, talvez até como um profeta. Mas ele não tinha fé que Jesus era o Messias, o filho de Deus, Salvador.

Como muitos hoje, Judas foi um seguidor de Jesus por um tempo, mas falhou em reconhecer a verdade completa de quem Jesus é—o Salvador, o Filho de Deus, o Redentor.

Por que Judas traiu Jesus?

Embora não possamos saber exatamente o que motivou Judas a trair Jesus, os Evangelhos nos dão algumas pistas.

Então Jesus respondeu: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!”
(Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora fosse um dos Doze, mais tarde haveria de traí-lo.)
João 6:70-71

Este trecho revela que Jesus sabia que Judas o trairia. E ainda assim, Ele escolheu Judas como discípulo e o manteve próximo. A Bíblia não diz o porquê, a não ser que Jesus sabia que Deus tinha um plano.

João 12:3-8:

Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo, fez uma objeção:
“Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários”.
Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado.
Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento.
Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”.
João 12:3-8

Quando Maria de Betânia usou um frasco de perfume caro para homenagear Jesus, a reação de Judas foi criticá-la por gastar esse dinheiro todo nesse ato, tolo aos seus olhos, em vez de doá-lo aos discípulos para alimentar os pobres.

Judas, no entanto, não tinha intenção de dá-lo aos pobres; ele sabia que Jesus poderia alimentar milhares de pessoas com alguns pães – o que Judas queria era obter parte daquele dinheiro, porque roubava dinheiro do tesouro dos discípulos regularmente.

O que levou Judas a trair Jesus? Como foi traição de Judas a Jesus?

Mateus 26:14-15;

Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes
e lhes perguntou: “O que me darão se eu o entregar a vocês? ” E eles lhe fixaram o preço: trinta moedas de prata.

Lucas 22:3-6:

Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze.
Judas dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do templo e tratou com eles como lhes poderia entregar Jesus.
A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro.
Ele consentiu e ficou esperando uma oportunidade para lhes entregar Jesus quando a multidão não estivesse presente.

Os discípulos sabiam que a liderança judaica queria perseguir Jesus – eles até avisaram Jesus para ficar longe:

Depois disse aos seus discípulos: “Vamos voltar para a Judéia”.
Estes disseram: “Mestre, há pouco os judeus tentaram apedrejar-te e assim mesmo vais voltar para lá? “
João 11:7,8

Os principais sacerdotes judeus precisavam de ajuda para encurralar Jesus em uma posição vulnerável, longe das multidões. De preferência, uma ajuda interna, de alguém bem próximo de Cristo. E não havia gente mais próxima a Jesus naqueles tempos do que seus 12 discípulos.

Então Judas, que estava sendo usado pelo próprio Satanás, foi até os principais sacerdotes judeus, oferecendo seus serviços para ajudá-los a prender Jesus. A palavra aqui traduzida como “trair” na verdade significa entregar, ou ainda fazer com que alguém seja levado.

Mateus 26:21-25:

E, enquanto estavam comendo, ele disse: “Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá”.
Eles ficaram muito tristes e começaram a dizer-lhe, um após outro: “Com certeza não sou eu, Senhor! “
Afirmou Jesus: “Aquele que comeu comigo do mesmo prato há de me trair.
O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido”.
Então, Judas, que haveria de traí-lo, disse: “Com certeza não sou eu, Mestre! ” Jesus afirmou: “Sim, é você”.

Há um pouco de confusão a respeito da presença de Judas durante a instituição da Santa Ceia, conhecida também por Última Ceia ou Comunhão.

Mateus e Marcos dizem que a Comunhão veio depois que Jesus identificou Judas como o Seu traidor, mas não menciona quando Judas saiu da mesa. João menciona a identificação de Jesus e a partida de Judas, mas não especificamente a Comunhão.

Apenas Lucas deixa claro que Judas estava presente na Santa Ceia:

Eles saíram e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. Então, prepararam a Páscoa.
Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa.
E disse-lhes: “Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.
Pois eu lhes digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus”.
Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: “Tomem isto e partilhem uns com os outros.
Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus”.
Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”.
Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.
“Mas eis que a mão daquele que vai me trair está com a minha sobre a mesa.
O Filho do homem vai, como foi determinado; mas ai daquele que o trai! “
Eles começaram a perguntar entre si qual deles iria fazer aquilo.
Lucas 22:13-23

Lucas é geralmente bastante cronológico (veja, por exemplo, como é o livro de Atos, escrito por Lucas). É possível que Jesus e os discípulos tenham conversado sobre Seu traidor mais de uma vez durante a noite, mas foi só depois da Ceia que Judas partiu.

Quando os discípulos tentaram descobrir a identidade do traidor de Jesus, a resposta de Judas foi: “Com certeza não sou eu, Mestre!”. É interessante notar que enquanto os outros discípulos chamavam Jesus de “Senhor” (Mateus 26:22), Judas usava a palavra para mestre/mentor/rabino. Uma vez que Jesus o identificou, Satanás entrou novamente em Judas, Jesus o liberou para fazer o que ele precisava fazer e Judas saiu do Cenáculo.

O beijo de Judas

Depois que Judas saiu do Cenáculo, ele foi até as autoridades que estavam se preparando para levar Jesus. Reuniu-se uma multidão, e Judas liderou o grande grupo armado até o Jardim do Getsêmani e, talvez por causa da pouca luz, identificou Jesus com o beijo de um amigo.

Enquanto ele ainda falava, chegou Judas, um dos Doze. Com ele estava uma grande multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes e líderes religiosos do povo.
O traidor havia combinado um sinal com eles, dizendo-lhes: “Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele; prendam-no”.
Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: “Salve, Mestre! “, e o beijou.
Jesus perguntou: “Amigo, que é que o traz? ” Então os homens se aproximaram, agarraram Jesus e o prenderam.
Mateus 26:47-50

As autoridades entre os judeus não tinham uma foto de Jesus, um retrato pelo qual poderiam se basear. Conheciam-no pelo nome e as histórias, mas não pelo rosto. Por isso, foi preciso que Judas indicasse com um beijo quem era Jesus Cristo entre todos aqueles homens.

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O Beijo de Judas retratado na obra de Caravaggio “A Captura de Cristo”

Judas se arrependeu?

Judas não percebeu plenamente o que os principais sacerdotes fariam com Jesus?

Ou, olhando para as trinta moedas de prata, ele decidiu que a vida de Jesus valia mais do que todo o seu dinheiro?

A Bíblia fala que Judas sentiu remorso pela sua participação na captura de Jesus, mas não que ele se arrependeu. Arrependimento é diferente de remorso. O remorso não produz mudança verdadeira, apenas o arrependimento produz. Por quê? Remorso é tristeza pelas consequências de um pecado, mas não pelo pecado em si. Se não houver consequências, não haverá tristeza. Não existe tristeza pelo que o pecado é em si, por ele afligir o coração de Deus e profanar o nosso relacionamento com Ele.

Judas, cheio de remorso, até tentou devolver o dinheiro, mas os líderes religiosos se recusaram a recebê-lo. Ele jogou o dinheiro no templo e se enforcou.

Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata.
E disse: “Pequei, pois traí sangue inocente”. E eles retrucaram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.
Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo, saindo, foi e enforcou-se.
Mateus 27:3-5

Judas foi salvo?

Não, Judas foi condenado.

Em João 17:12, Jesus identifica Judas como o “filho da perdição” — o homem condenado à condenação.

Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei pelo nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura.
João 17:12

Judas era um apóstata. Ele havia viajado com Jesus, visto os milagres e ouvido os ensinamentos, mas não acreditava que Jesus fosse o Messias. Ele chamou Jesus de “mestre”, não de Senhor.

A primeira carta de João descreve-o perfeitamente:

Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos.
1 João 2:19

Judas era do meio de Jesus, mas não O seguiu. Ele entendeu o que Jesus estava dizendo, mas não aceitou isso com todo o seu coração. Uma pessoa assim, decidida em renunciar e negar a sua fé, está condenada à perdição. Atos 1:25 insiste que Judas não foi forçado a trair Jesus, mas que foi “para o lugar que lhe era devido”.

Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias.
Depois oraram: “Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tens escolhido
para assumir este ministério apostólico que Judas abandonou, indo para o lugar que lhe era devido“.
Então tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi acrescentado aos onze apóstolos.
Atos 1:23-26

Jesus falou sobre o destino de Judas na eternidade:

O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido”.
Mateus 26:24

Por que Judas traiu Jesus?

Porque Jesus não era quem Judas queria que Ele fosse. Judas queria um libertador, um homem para se tornar rei neste mundo, um político, e não um Salvador.

Judas andou com Jesus por uns bons três anos e chegou à conclusão que um professor pobre e itinerante que se recusasse a assumir o poder político não tinha nenhum valor significativo para ele.

Sim, para Judas, Jesus era apenas um professor, um rabino pobretão andando pelas terras áridas da palestina, que embora capaz de fazer milagres e comover multidões, jamais tomou uma atitude para ganhar qualquer tipo de poder político. Judas não chamava Jesus de Senhor, por não o via como tal.

Quando Judas percebeu o que os sumos sacerdotes haviam planejado para Jesus, Judas sentiu remorso pelo seu egoísmo. Mas ele ainda não podia aceitar Jesus como Senhor.

Judas não foi a única pessoa na vida de Jesus que O usou. As pessoas que faziam fila no caminho para Jerusalém (Mateus 21:1-11) pensavam que Ele era um rei político e conquistador militar que expulsaria Roma de Israel e restabeleceria a nação judaica. Quando souberam que Ele não tinha poder político, logo exigiram Sua morte (Mateus 27:20).

Inúmeras pessoas hoje fazem a mesma coisa. Eles ouvem sobre o poder de cura de Jesus, ou Sua capacidade de fazer milagres, muitos até respeitam Seu ensino, e aprendem sobre Seu caráter, Suas reivindicações e Sua crucificação. Mas eles não O aceitam como Senhor. Somos tão culpados e egoístas quanto Judas quando usamos Jesus para os nossos próprios ganhos.

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