Os títulos de Jesus Cristo na Bíblia são uma forma de descrever sua natureza e sua missão. Esses títulos revelam a divindade e a humanidade de Jesus, bem como sua relação com Deus e com os seres humanos.
Jesus Cristo tem muitos títulos. De certa forma, todos eles expressam os muitos papéis que o Filho de Deus exerce em nosso universo. Eis algum deles:
- Salvador
- Redentor
- Pão da Vida
- Senhor
- Criador
- Filho do Deus Vivo
- Filho Unigênito
- Filho Amado
- Santo
- Maravilhoso
- Conselheiro
- Deus Forte
- Pai da Eternidade
- Príncipe da Paz
- Rei dos reis
- Cabeça da Igreja
- Todo-Poderoso
- Alfa e Ômega
- Mestre
- Rei dos Judeus
- Sumo sacerdote
- Emanuel
- Juiz
- Pedra Fundamental
- Autor e Consumador da Fé
- Cordeiro de Deus
- Bom Pastor
- Pastor e Bispo das Almas
- O Verbo
- Fonte de Águas Vivas
- Rocha
- Messias
- Videira Verdadeira
- Renovo
- Noivo
- Aurora
- Siló
- O Leão da Tribo de Judá
- Estrela da Manhã
- A Imagem do Deus Invisível
- Eu Sou
- Filho do Homem
- Carpinteiro
- O Caminho, a Verdade e a Vida
- Rei de Israel
- O Cristo
Os títulos de Cristo na carta para a igreja de Esmirna, no livro de Apocalipse
O livro de Apocalipse começa com uma sequência de pequenas cartas destinadas a sete igrejas na Ásia Menor (atual Turquia), que existiam na época do apóstolo João, o escritor do livro. Uma delas é a carta para a igreja de Esmirna.
Na carta, o apóstolo João relata um recado de Jesus Cristo à igreja de Esmirna:
E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu:
Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
Apocalipse 2:8-11
A Igreja em Esmirna estava lutando contra dificuldades. Com isso em mente, o autor começa a carta mencionando os títulos atribuídos a Cristo, sugerindo quais são as coisas que Cristo pode oferecer aos que se veem em uma situação similar à que viviam os cristãos em Esmirna.
Cristo é o primeiro e o último
No Antigo Testamento este título pertence a Deus. Isaías ouviu Deus dizer “Eu sou o primeiro e Eu sou o último” (Isaías 44:6; 48:12). Este título tem dois aspectos. Para o cristão é uma magnífica promessa. Seja o que for que aconteça do primeiro dia da vida até o último, com toda a colorida variedade de experiências que podem suceder, sejam boas ou más, Cristo está conosco. Temos sua palavra de que Ele estará conosco sempre, até o fim do mundo. A quem temeremos, então? Quem poderá nos assustar?
Mas para os pagãos de Esmirna estas mesmas palavras são uma advertência. Amavam a sua cidade. Chamavam-na a primeira da Ásia e estavam dispostos a discutir com qualquer pessoa que questionasse isso. Viviam num mundo pequeno de vaidade provinciana, no qual todos competiam para ser melhores que os demais e ocupar um degrau acima dos outros. Todos queriam os primeiros lugares e se esforçavam para obtê-los. Mas Cristo diz “Eu sou o primeiro e o último”. Aqui se põe fim a todo orgulho humano. Junto à glória de Cristo todos os nossos títulos ficam reduzidos ao ridículo, carecem de importância real.
Cristo é aquele que esteve morto e tornou a viver
Neste versículo os tempos dos verbos são de primeiríssima importância. A palavra grega que traduzimos “esteve” é genomenos, que pode traduzir se, com maior fidelidade, “chegou a estar”. Descreve um episódio, uma experiência transitiva, algo que sucedeu a alguém. Quando Cristo esteve morto, para Ele a morte foi uma experiência transitiva, um episódio de sua vida. Experimentou a morte e a venceu, e já não estava mais morto.
Quanto à palavra “tornou a viver”, devemos notar que se trata de um verbo no tempo passado (em aoristo no grego), que descreve uma ação já realizada de maneira completa. A tradução correta seria “voltou à vida de uma vez por todas”. Faz-se referência, é óbvio, ao evento da ressurreição.
Cristo é Aquele que experimentou a morte, passou através da morte, e saiu da morte; voltou a viver, triunfante, pela ressurreição, e está vivo para sempre jamais. Aqui também há dois aspectos, mas desta vez ambos são para que o cristão tome nota deles.
Cristo tem a experiência do pior que a vida nos pode oferecer
Sofreu a agonia e a agonia de uma cruz. Não importa o que suceda aos cristãos de Esmirna, Cristo tinha vivido algo ainda pior. Jesus Cristo pode nos ajudar porque Ele conhece as maiores amarguras da vida, e ainda tem experiência da morte. Nada nos pode suceder que não tenha sucedido, e ainda pior, a Ele.
Cristo conquistou o pior que a vida pode nos oferecer
Triunfou sobre a dor, triunfou sobre a cruz, triunfou sobre a morte. Não nos oferece algo que Ele mesmo não tenha conquistado em sua própria experiência e vida. E o que nos oferece é o caminho para uma vida vitoriosa.
Mas nesta passagem também há uma exigência: lealdade. A exigência de Cristo é que seu povo lhe seja fiel até a morte, fiel mesmo quanto a própria vida seja o preço dessa fidelidade. A lealdade era uma virtude que os habitantes de Esmirna conheciam muito bem, porque sua cidade tinha comprometido seu destino com Roma e se manteve leal, até em épocas quando a grandeza de Roma não era mais que uma remota possibilidade. Nas horas boas e nas horas más manteve-se fiel a seu compromisso inicial.
Não há nada neste mundo que possa ocupar o lugar da lealdade. Se todas as outras boas qualidades que podemos ter na vida fossem postas num lado da balança, e a lealdade, sozinha, estivesse no outro, a lealdade moveria o fiel da balança a seu favor.
R. L. Stevenson rogava a Deus que “na diversidade de minha fortuna, até que chegue a atravessar os portais da morte, sejamos leais e nos amemos mutuamente”. Cristo nos faz grandes ofertas e uma grande exigência. E é somente na fortaleza e na coragem que nos oferece que podemos satisfazer a lealdade que pede de nós.
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