Na verdade, existem quatro homens chamados Enoque registrados na Bíblia (Gênesis 4:17; 5:18; 25:4; 46:9), mas apenas um deles recebe uma descrição mais detalhada. A Bíblia interrompe uma genealogia para nos contar um pouco sobre esse Enoque:
“Enoque viveu 65 anos e gerou Matusalém. Depois de ter gerado Matusalém, Enoque andou com Deus durante 300 anos e teve outros filhos e filhas. Ao todo, Enoque viveu 365 anos. Enoque andou com Deus e, então, desapareceu, pois Deus o levou”.
(Gênesis 5:21–24).
Enoque foi uma das duas pessoas que a Bíblia diz que não morreram, mas foram levadas ao céu por Deus. A outra pessoa foi Elias (2 Reis 2:11).
No livro de Hebreus, temos mais informações sobre o seu desaparecimento:
“Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; “ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado”, pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus.”
(Hebreus 11:5).
A vida de Enoque foi significativa porque ele andava com Deus, uma descrição que poucas pessoas na Bíblia recebem. Não há registro de que Enoque tenha realizado milagres ou outros grandes atos para Deus; Deus ficou satisfeito com ele simplesmente porque Enoque viveu sua vida em relação com Deus.
Enoque é um homem cercado de muito mistério e lendas, mas além do relato bíblico, o restante é apenas lenda e tradição. Alguma literatura rabínica afirma que Deus levou Enoque para provar que Deus não era cruel; outros dizem que ele foi levado para que Enoque não pudesse realizar o mal que tinha potencial para fazer. No entanto, a Bíblia não nos dá indicação de que essas foram as motivações de Deus para levá-lo. Alguns acreditam que Enoque e Elias, sendo as únicas pessoas levadas por Deus (2 Reis 2:11), voltarão à Terra como as duas testemunhas nos tempos finais (Apocalipse 11:3–12). No entanto, o livro do Apocalipse não especifica quem serão as duas testemunhas.
Também existem três livros pseudoepígrafos associados ao nome de Enoque, que não estão incluídos nas Escrituras; o mais comum é o Livro de Enoque. Esses livros provavelmente foram baseados em tradições orais sobre Enoque transmitidas ao longo das gerações antes de serem escritos.
Curiosamente, um deles é citado no livro de Judas: “Enoque, o sétimo depois de Adão, também profetizou a respeito destes, dizendo: ‘Eis que o Senhor veio com milhares de seus santos, para executar julgamento sobre todos e para convencer todos os ímpios” (Judas 1:14–15). Como a Bíblia atribui essas palavras a Enoque, podemos saber que essa parte foi verdadeiramente profetizada por ele.
No início do cristianismo, alguns pais da igreja, como Orígenes e Clemente de Alexandria, aceitaram o Livro de Enoque como Escritura, mas posteriormente o livro foi rejeitado como parte do Cânone Bíblico. Os judeus, que possuíam o Livro de Enoque desde antes do primeiro século, também o mantêm separado da Torá.
Assim como outros livros apócrifos, não podemos ler o Livro de Enoque como se fosse a Palavra infalível de Deus. Ele pode conter discernimento e sabedoria, mas não é perfeito.
VEJA QUAIS E QUANTOS SÃO OS LIVROS DA BÍBLIA
Muito pouco é realmente dito sobre Enoque na Bíblia, e esses poucos versículos nos fornecem tudo o que Deus considerou importante para nós saber: Enoque andou com Deus. Que nós façamos o mesmo.
