Prêmio Templeton – conheça a premiação que é o “Nobel da Espiritualidade”

O Prêmio Templeton (em inglês Templeton Prize) é um prêmio anual entregue a uma pessoa viva que, na opinião dos juízes, “fez uma contribuição excepcional para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja através de uma introspecção, descoberta ou trabalhos práticos”. O prêmio foi estabelecido, financiado e administrado por John Templeton em 1972 e, desde sua morte em 2008, é administrado pela Fundação John Templeton.

O prêmio leva o nome Sir John Templeton, um empresário e investidor radicado no Reino Unido e nascido nos Estados Unidos que foi consagrado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II em 1987 devido aos seus esforços filantrópicos.

O Prêmio Templeton costuma ser concedido em uma cerimônia no Palácio de Buckingham, na Inglaterra. Até 2001, o nome do prêmio era Templeton Prize for Progress in Religion (Prêmio Templeton para o Progresso na Religião), e de 2002 a 2008 ele foi chamado de Templeton Prize for Progress Toward Research or Discoveries about Spiritual Realities (Prêmio Templeton para o Progresso da Pesquisa e das Descobertas sobre as Realidades Espirituais).

O valor monetário do prêmio Templeton é sempre ajustado de maneira que exceda o valor do montante dado pelo Prêmio Nobel, uma vez que John Templeton sentia que a espiritualidade era “ignorada” nos prêmios Nobel. Em 2020, o prêmio foi de 1,1 milhão de libras, aproximadamente 7,5 milhões de reais. Por muitos anos, o Prêmio Templeton foi o maior prêmio anual do mundo dado a um indivíduo.

Os vencedores do Prêmio Templeton podem ser de qualquer país e representar qualquer perspectiva religiosa ou espiritual.
Os vencedores do Prêmio Templeton podem ser de qualquer país e representar qualquer perspectiva religiosa ou espiritual.

Juízes e vencedores do prêmio Templeton

O Prêmio Templeton é um prêmio anual em dinheiro que excede o valor do Prêmio Nobel, e honra uma pessoa viva que tenha feito uma contribuição excepcional em afirmar a dimensão espiritual da vida, seja através de insights, descobertas ou trabalhos práticos.

Os candidatos ao prêmio são escolhidos com base em suas experiências nas áreas relacionadas aos critérios de mérito e podem incluir cientistas, filósofos, teólogos e representantes de diferentes tradições religiosas.

Os candidatos qualificados são então avaliados por um painel de nove juízes que classificam os indicados de forma independente com base em quão bem eles cumprem os critérios de mérito. Esses juízes incluem membros da realeza, ex-chefes de estado, cientistas e líderes religiosos das tradições budista, cristã, hindu, judaica e muçulmana.

Os vencedores do Prêmio Templeton podem ser de qualquer país e representar qualquer perspectiva religiosa ou espiritual. Entre os ex-vencedores há gente de muitos países e tradições religiosas diferentes, e alguns não tem qualquer afiliação com uma religião formal. A partir de 2020, os vencedores do prêmio podem ser cientistas, formadores de opinião, acadêmicos e líderes religiosos.

Originalmente, o Prêmio Templeton era concedido apenas a pessoas que trabalhavam no campo da religião – Madre Teresa de Calcutá foi a primeira vencedora. Na década de 1980 o escopo foi ampliado para incluir pessoas que trabalhavam na interseção da ciência e da religião. A partir dos anos 1990, o prêmio foi cada vez mais concedido a cientistas – especialmente físicos, como Freeman Dyson, Charles H. Townes e o brasileiro Marcelo Gleiser. Hindus, cristãos, judeus, budistas e muçulmanos já fizeram parte do painel de juízes e foram vencedores do prêmio.

Desde que o primeiro prêmio foi concedido a Madre Teresa em 1973, o Prêmio Templeton foi concedido a personalidades nas ciências, filosofia, teologia e tradições religiosas. Os vencedores incluem físicos como Martin Rees e Paul Davies; líderes religiosos como Chiara Lubich, o Arcebispo Desmond Tutu, o Rabino Lord Jonathan Sacks e o Dalai Lama; e filósofos ou teólogos como Sarvepalli Radhakrishnan, Charles Taylor e Alvin Plantinga.

Marcelo Gleiser, um brasileiro vencedor do Templeton

O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser recebeu o Prêmio Templeton em 2019, o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio. Um professor do Dartmouth College, New Hampshire, Gleiser escreveu livros best-sellers e apareceu em vários programas de TV e rádio, discutindo a ciência como uma busca espiritual para compreender as origens do universo e da vida na Terra.

Marcelo Gleiser vencedor do premio Templeton
O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, vencedor do Prêmio Templeton 2019 de US $ 1,4 milhão por seu trabalho combinando ciência e espiritualidade. Eli Burakian / Dartmouth College / Folheto via REUTERS

Gleiser estuda a interface entre o que ele chama de “física do muito grande” e “a física do muito pequeno” para reconstruir o início do universo. Além de pesquisar as origens da vida na Terra, ele também investiga a possibilidade de vida fora do planeta,

Gleiser nasceu no Rio de Janeiro em uma família influente na comunidade judaica da cidade e educado no Brasil e na Grã-Bretanha, e ingressou no departamento de física e astronomia de Dartmouth em 1991.

“Trabalharei mais do que nunca para espalhar minha mensagem de unidade global e consciência planetária para um público mais amplo”, disse Gleiser em um comunicado sobre o prêmio emitido pela Dartmouth.

Quem foi John Templeton

Sir John Marks Templeton
Sir John Marks Templeton

Sir John Marks Templeton (29 de novembro de 1912 – 8 de julho de 2008) foi um investidor, banqueiro, gerente de fundos e filantropo britânico nascido nos Estados Unidos. Em 1954, ele entrou no mercado de fundos mútuos e criou o Templeton Growth Fund, que teve um crescimento médio de mais de 15% ao ano durante 38 anos. Um pioneiro de investimentos em mercados emergentes na década de 1960, a revista Money o nomeou “indiscutivelmente o maior seletor de ações do século” em 1999.

Templeton se tornou um bilionário por ser o pioneiro no uso de fundos mútuos diversificados globalmente. Seu Templeton Growth Fund, Ltd. (fundo de investimento), estabelecido em 1954, foi um dos primeiros a investir no Japão em meados da década de 1960. Ele foi um dos primeiros investidores americanos a devotar um foco substancial a oportunidades de investimento em mercados estrangeiros então negligenciados, como Ásia e Europa Oriental. A Templeton também criou fundos para atuar especificamente em certas indústrias, como energia nuclear, química e eletrônica.

Templeton atribuiu muito de seu sucesso à habilidade de manter-se sempre otimista, de bom humor, evitar a ansiedade e manter a disciplina. Desinteressado pelo consumismo, ele viveu de forma relativamente frugal, dirigia seu próprio carro, nunca voou na primeira classe, não era de muitas extravagâncias e morou muitos anos em Bahamas.

Cristão, foi membro vitalício da Igreja Presbiteriana. Ele serviu como presbítero da Primeira Igreja Presbiteriana de Englewood (Englewood, New Jersey) e por 42 anos esteve no conselho administrativo do Princeton Theological Seminary, o maior seminário presbiteriano dos EUA, onde também serviu como presidente por 12 anos.

Riqueza e filantropia

Templeton foi um dos filantropos mais generosos da história, doando mais de US $ 1 bilhão para causas beneficentes. Como filantropo, Templeton estabeleceu:

  • o Prêmio Templeton em 1972;
  • a Biblioteca Templeton em Sewanee, Tennessee;
  • o Templeton College da Universidade de Oxford

Sir John Templeton viveu em uma era de avanços científicos e tecnológicos incomparáveis. O ritmo acelerado das descobertas científicas o levou a se perguntar se os métodos da ciência poderiam ser aproveitados para fazer avanços semelhantes na compreensão das questões mais profundas e intrigantes enfrentadas pela humanidade. Assim, ele criou o Prêmio Templeton para celebrar aqueles cujas realizações exemplares aproveitam o poder das ciências para explorar as questões mais profundas do universo e o propósito da humanidade dentro dele.

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