Por que ler John Stott – um comunicador das Escrituras

Conhecer a vida de alguém que viveu por tantas épocas diferentes é algo muito interessante. Mas conhecer a vida de alguém que viveu não só as transformações do mundo mas também os desafios do Evangelho ao longo das décadas é mais interessante ainda. John Stott acompanhou momentos históricos do século XX -nascido no dia 27 de abril de 1921 e falecido em 27 de julho de 2011, Stott fez valer cada um de seus 90 anos de idade. Dedicou-se à tudo, mas ao mesmo tempo, a apenas uma coisa: Deus.

John Stott foi um pastor-teólogo britânico, reconhecido pelos seus livros e pela defesa de missões e da pregação expositiva. Como pregador fiel e escritor atencioso, Stott influenciou a compreensão contemporânea de vida cristã baseada na palavra e caracterizada pela busca da semelhança de Cristo em todas as áreas da vida.

Por que ler john stott
John Stott.

Dentre as diversas áreas que John Stott se dedicava, entre as principais está a sua contribuição à literatura. Seu primeiro livro, Cristianismo Básico, foi publicado em 1958 e é até hoje um dos grandes destaques do gênero. Mais de 40 livros têm o nome de Stott gravado em suas capas, mas o que é extraordinário nesse homem que se dedicou tanto a escrever é que ele sempre se manteve fiel a um livro do qual não era autor: a Bíblia.

Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti.

Salmo 119:11

Ao ler as obras de John Stott nota-se sua grande obediência e temor pela Palavra de Deus. Stott também gostava de abordar temas pouco discutidos, mas de extrema relevância. Tudo isso com muita originalidade pessoal e base no mandamento de Deus. Essas características únicas do autor nos fazem pensar a maravilha que é ser quem você é, com seu temperamento, sonhos e opiniões, mas tudo isso com uma única origem, que é Deus. A existência dos livros de Stott, tão únicos em seus conteúdos, discussões e posicionamentos, mas totalmente inspiradas pelo Espírito Santo, mostra a beleza singular de ser uma voz que se posiciona em um mundo habituado às omissões.

John Stott além de escritor, dedicou-se às atividades de pastor e teólogo
Crédito: Lausanne

John Robert Walmsley Stott foi considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2005, alguns anos antes de falecer. É admirável ver o grande reconhecimento que o autor tinha, mas não perdia o foco no Único que merecia ser visto: Jesus. Sua jornada começou aos 17 anos, quando aceitou Cristo como seu Senhor e Salvador após ouvir um sermão chamado “O que farei então com Jesus, que é chamado o Cristo?”

“Como um adolescente típico, eu estava ciente de duas coisas sobre mim”, disse Stott, descrevendo sua experiência de conversão ao seu biógrafo. “Primeiro, se havia um Deus, eu estava distante dele. Eu tentei encontrá-lo, mas ele parecia estar envolto em uma névoa eu que eu não poderia penetrar. Em segundo lugar, eu estava derrotado. Eu sabia o tipo de pessoa que eu era, e também o tipo de pessoa que eu desejava ser. Entre o ideal e a realidade, houve um grande abismo. Eu tinha altos ideais, mas uma vontade fraca … O que me trouxe a Cristo foi essa sensação de derrota e de estranhamento, e as notícias surpreendentes que o Cristo histórico ofereceu para atender às necessidades de que eu estava consciente. ”

Algumas Obras de John Stott

  • Cristianismo Básico – 1958
  • Batismo e plenitude do Espírito Santo – 1964
  • Firmados na Fé – 1969
  • Crer é Também Pensar – 1972
  • Cristianismo Equilibrado – 1975
  • Eu Creio na Pregação – 1982
  • O Cristão em Uma Sociedade Não Cristã – 1984
  • A Cruz de Cristo – 1986
  • A mensagem de Atos – 1990
  • A mensagem de Romanos – 1994
  • Cristianismo Autêntico – 1995
  • Mentalidade cristã – 1997
  • A verdade do Evangelho: Um apelo à Unidade – 1999
  • O Perfil do Pregador – 2001
  • O incomparável Cristo – 2001
  • Porque Sou Cristão – 2003
  • Entenda a Bíblia – 2005
  • A Bíblia toda, o ano todo – 2006
  • Sinais de uma igreja viva – 2006
  • Ouça o Espírito, ouça o mundo – 2008
  • A missão cristã no mundo moderno – 2010
  • O discípulo radical – 2010

Cristianismo Básico

Cristianismo Básico foi o primeiro livro publicado pelo autor que viria ser um dos mais influentes na literatura cristã de sua época e hoje em dia. Teve sua primeira edição em 1958, mas foi publicado novamente em uma versão mais recente (2007) pela editora Ultimato.

A obra é dividida em 4 partes (As afirmações de Cristo, A necessidade do homem, A Obra de Cristo e A Resposta do Homem).

Crédito: Scribd

Obedecendo totalmente ao título do livro, primeira parte da obra apresenta Jesus, como Filho de Deus, Messias, Divindade, Salvação entre todas as outras coisas que Ele foi e fez. Stott comenta trechos principalmente dos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) com características das ações de Jesus, Seus milagres e Seu caráter.

Em um segundo momento, nos apresenta o caráter de Jesus Cristo a partir das seguintes visões: ‘O que Cristo disse de si mesmo’, ‘O que disseram os amigos de Jesus’, ‘O que os inimigos de Cristo reconheceram’ e ‘O que podemos ver por nós mesmos’.

Por fim, após o leitor ter sido apresentado à figura do Filho de Deus entre muitas características reais, o livro questiona: Quem você vê em Cristo e o que você quer decidir que Ele seja na sua vida? Depois, o autor traz evidências da importância de crer na ressurreição do Senhor Jesus.

Na segunda parte de Cristianismo Básico, John Stott explora e traz à luz a necessidade que o homem tem em sua alma da salvação que Jesus Cristo nos dá por meio de Sua vida, por causa do estrago que o pecado fez. Neste segmento, o leitor vai ser apresentado à ideia do pecado e à contradição que o senso comum impõe de que não erramos ou pecamos. O autor mostra que o pecado consome a vida de todos, o que torna cada um extremamente necessitado da Obra na Cruz.

Somente quando soubermos o diagnóstico da nossa enfermidade estaremos dispostos a tomar o remédio recomendado.

Cristianismo Básico p. 80

Na terceira parte do livro, denominada  ‘A obra de Cristo’, Stott traz o grande anúncio de que ‘Há Salvação!’, explicando o grande ato de Amor em forma de redenção que foi feito na Cruz, e que o personagem que conhecemos na primeira parte do livro carregou todos nossos pecados em sacrifício de Sua própria Vida. Com a ideia da reconciliação com Deus e nova Vida pelo Espírito Santo, Stott também finaliza esta parte com o ensinamento de Jesus para todos os que agora foram resgatados: o serviço.

Na quarta e última parte do livro, o autor faz um convite aos seus leitores. Como uma pergunta sobre qual a decisão do leitor agora que sabe quem Jesus é e o que Ele fez, o livro traz temas para gerar questionamentos no coração de cada um. O que você está disposto a renunciar para ganhar a Cristo? Stott expõe a vida de extrema abundância com Jesus, cheia de gratidão e serviço, e tudo isso a partir de uma simples pergunta: qual é a sua decisão?

O Cristão em uma Sociedade Não Cristã

A primeira edição desta grande obra foi publicada em 1984. Com o passar dos anos, a sociedade não cristã foi mudando e seus temas de discussão também, assim edições atualizadas foram necessárias. As demais foram publicadas em 1990, 1996 e finalmente a mais recente, em 2006.

Com 16 capítulos subdivididos em quatro partes, o livro é essencial para todos aqueles que desejam agir com responsabilidade na sociedade não cristã
Créditos: Livrarias Família Cristã

Em Um Cristão em uma Sociedade Não Cristã você vai encontrar temas pouco discutidos, mas essenciais na sociedade que vivemos hoje em dia. A obra é extensa e apesar da leitura simples, seu conteúdo te desafia a cada capítulo a pensar sobre seu posicionamento como cristão em mundo mundo que não conhece Jesus Cristo. A leitura deste livro de Stott vai pedir ao leitor tempo, paciência e muita disposição para que seja confrontado em seus pensamentos e opiniões. O diferencial excepcional que o autor coloca em seu livro são seus posicionamentos diante de desafios contemporâneos a partir de uma base bíblica. Ao ler sobre cada um dos difíceis temas que o livro traz, esteja disposto a ser moldado, não pelo livro, mas por Deus através do livro.

Stott inicia o livro respondendo às perguntas: O envolvimento Cristão é necessário? O pensamento cristão é distintivo? O testemunho cristão é influente? Stott traz um panorama histórico de épocas que o cristianismo pouco se envolveu nas questões sociais do mundo, fosse por descrença ou por falta de otimismo, e deixa claro: o cristão precisa se envolver.

Um grande ponto que o autor deixa claro é que a intenção de um servo do Senhor em se preocupar com a pobreza, direitos humanos, meio ambiente, família e guerras deve ser uma extensão e uma ponte para anunciar o Evangelho a todas as nações. Querer falar do Amor de Jesus Cristo pela vida de uma pessoa mas ignorar suas necessidades e angústias mais claras, seja fome, miséria ou a necessidade de um teto para dormir, é praticar Fé sem Obras, ou seja, Fé morta (Tiago 2:26).

Existem apenas duas posturas podem adotar em relação ao mundo. Uma, é a fuga; a outra, o envolvimento […] “Fuga” significa voltar nossas costas para o mundo em rejeição, lavar nossas mães em inocência (apenas para descobrir com Pôncio Pilatos que a responsabilidade não sai na lavagem) e endurecer nosso coração contra os gritos agonizados de socorro.

O Cristão em uma Sociedade Não Cristã p. 22

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