Crianças: Como proteger os pequeninos

Há alguns meses, um terrível caso de violência contra a infância aconteceu. Entre diversas polêmicas do que deveria ser feito ou não com a gravidez de uma simples criança de 10 anos de idade e muitas exposições que não precisavam ter ocorrido, parece que quase ninguém olhou para o centro da história, a menina vítima de violências terríveis por um membro da própria família. Mas tudo que essa garota precisava era que olhassem para ela, com os olhos limpos dos padrões, estereótipos, julgamentos e crenças pessoais e enxergassem apenas uma menina, que é exatamente quem ela é.

Neste último mês de outubro, foi comemorado o Dia das Crianças. A data é uma tradição da entrega de presentes e brincadeiras para os pequeninos, e é assim que o dia deve ser para eles. Mas para os que são seus responsáveis, todo dia é oportuno para pensar no tipo de infância que a criança está tendo, se está protegida, se tem acesso ao que é necessário para que seu desenvolvimento seja completo e se suas necessidades afetivas estão sendo atendidas. Tudo isso para que ela acima de todas essas coisas, seja apenas uma criança.

Violação dos direitos da criança

Os direitos da criança e do adolescente são protegidos juridicamente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que completou 30 anos neste ano de 2020. De forma geral, o documento procura garantir o direito ao nome, nacionalidade, ensino, alimentação, lazer, saúde, proteção e amor a todas as crianças.

Segundo os dados do Governo Federal, no ano de 2019, foram feitas quase 90 mil denúncias referentes a violações dos direitos de crianças e adolescentes. Em relação ao ano anterior, isso significa um aumento de 18% nas denúncias. Ainda dentro desses números, a violação sexual contra menores configura cerca de 17 mil das ocorrências denunciadas, e dentro desse crime podem ser encontrados casos de abuso sexual ou até mesmo exploração. Essas crianças vivem como vítimas de uma situação que elas não conseguem sair, muitas vezes por ameaças ou por falta de entendimento do que de fato está acontecendo a ela.

Mais de 70% dos casos de violência sexual infantil ocorrem dentro da casa do próprio abusador ou da vítima, o que mostra que na grande maioria dos casos, a vítima está relacionada de alguma forma com seu abusador
Crédito: Mundo Nipo
Mais de 70% dos casos de violência sexual infantil ocorrem dentro da casa do próprio abusador ou da vítima, o que mostra que na grande maioria dos casos, a vítima está relacionada de alguma forma com seu abusador
Crédito: Mundo Nipo

Outra violação contra o direito da criança e do adolescente que muitas vezes passa pelas pessoas de forma despercebida é o trabalho infantil. Apesar do trabalho ser proibido para menores de 16 anos no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que mais de 2 milhões de crianças e adolescentes brasileiras se encontram em situações de trabalho proibido. O impacto que o trabalho infantil tem no desenvolvimento de uma criança é imenso – na infância deve-se estudar, brincar, receber atenção e amor.

Apesar de ser um tema difícil, é imprescindível que seja discutido. A ocultação do problema pode levar ao crescimento de mais casos e mais vidas de crianças sendo estragadas e traumatizadas. O isolamento social requerido pra combate ao número crescente de casos de Covid-19, pode ter gerado dificuldade nas denúncias e aumento de casos de violações contra os direitos dos pequeninos. Esse contexto torna a discussão e a conscientização ainda mais importantes.

Se você deseja entrar em contato com algum órgão do governo para denúncias de violações contra os direitos da criança e do adolescente, pode ligar para o número do Disque 100, que funciona 24 horas por dia, em todo território brasileiro e com discagem gratuita.

Saúde mental infantil e o isolamento

Que o isolamento social afetou a saúde mental de todos, é fato, mas as crianças, sem o entendimento real das coisas que estavam acontecendo e a bruta ruptura de todas as atividades a que estavam acostumadas, estiveram entre as que mais sofreram. Felizmente, a discussão sobre a saúde mental das crianças passou a ser um tema bastante discutido, mas os motivos que levaram isso acontecer não são bons.

Segundo um estudo feito na China com 320 crianças e adolescentes em isolamento social, os impactos mais imediatos e perceptíveis que o contexto gerou neles foi: dependência excessiva dos pais (36% dos avaliados), desatenção (32%), preocupação (29%), problemas de sono (21%), falta de apetite (18%), pesadelos (14%) e desconforto e agitação (13%).

O medo, a insegurança, a saudade e a falta de entendimento têm feito parte da rotina das crianças durante a pandemia do Covid-19
Crédito: Canguru News
O medo, a insegurança, a saudade e a falta de entendimento têm feito parte da rotina das crianças durante a pandemia do Covid-19
Crédito: Canguru News

Perguntas como ‘Por que não posso voltar para a escola?’, ‘Posso brincar com meus amigos?’, ‘Vamos passear com a vovó?’ tornaram-se comuns no período. As inquietações, curiosidades e o próprio desenvolvimento das crianças foram afetados com o isolamento social.

O que já não era benéfico, tornou-se exaustivo para os filhos, mas também para os pais. As aulas à distância, muitas vezes utilizando de plataformas online, exigem uma atenção em frente à tela que muitas crianças não dispõem. Além disso, o período na escola fazia parte da rotina para além do aprendizado, ajudando na comunicação, no desenvolvimento social e nos relacionamentos. Diante de uma situação dessa, é arriscado dizer o que deve ou não ser feito. Algumas escolas já estão abrindo, outras ainda não, mas cada caso deve ser ponderado pelos responsáveis das crianças. Leia aqui alguns fatores a serem levados em conta em uma futura volta às aulas.

Outro fator que está afetando a saúde e a mentalidade desses jovens é o excesso de uso das telas, seja em computadores, celular, tablets ou televisões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda que crianças menores de dois anos de idade utilizem eletrônicos. Já os de três a cinco não devem passar mais de uma hora expostos a esses objetos. A orientação para crianças de mais de seis anos é evitar mais de duas horas diárias. A situação fica complicada quando em meio da pandemia, tudo está sendo feito online. Assim, algumas dicas práticas é estimular a diversão e a brincadeira fora das telas após a aula. Isso pode beneficiar tanto a saúde da criança, quanto a criação de seus vínculos com a família.

Deles é o Reino dos Céus

Deixem que os pequeninos venham a mim; não os impeçam, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade lhes digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando as crianças nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.

Marcos 10:14-16

Em muitas passagens da Bíblia é mostrada a relação que Jesus Cristo tinha com as crianças. Entre todas as características que Jesus tinha com todas as pessoas, vê-se especialmente um amor, carinho e cuidado especial com as crianças. Isso é tão relevante que Cristo declara que todos devemos aceitar o Reino de Deus como um deles.

Apesar de nascermos com a desobediência em nosso coração, as crianças ainda não foram expostas à maioria das maldades do mundo. Assim, a figura de um pequeno é relacionada à pureza, inocência e dependência. Assim como as crianças, todos devemos procurar ser puros e santos para com Deus, uma vez que Seu Filho, Jesus, já nos limpou de toda maldade e pecado em nossos corações. Uma vida caminhando ao lado de Deus e tendo um relacionamento íntimo em amizade e comunhão com o Senhor é uma vida em busca da santidade. E por que buscar a santidade? Por que a santidade é um estado de separação para Deus – assim, Deus deseja separar nossa vida para que Ele compartilhe a Sua vida conosco.

Além disso, as crianças são altamente dependentes de quem cuida delas, não questionam seus pais do que seria melhor para sua alimentação ou que remédio tomar quando estão doentes, por exemplo. Mas elas se rendem ao cuidado daqueles que a amam e nem pensam em desconfiar que isso será bom para ela. Jesus convida a todos a viver uma vida como crianças que precisam da ajuda de um Pai disposto a nos socorrer.

Além disso, uma ordem muito clara é dada no livro de Provérbios, no Antigo Testamento:

Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.

Provérbios 22:6

Além de procurarmos viver com Deus como crianças dependentes, devemos amá-las e orientá-las no Caminho certo. Para além das leis e estatutos em documentos, os pequenos não podem ser privados de conhecer o Amor de Deus, e isso virá pelo carinho, cuidado, atenção, tempo gasto junto com brincadeiras e afeto por essa criança.

Uma boa opção para saber mais sobre como criar crianças para conhecerem a Deus e protegê-las das maldades é seguir pessoas que conversam muito sobre o assunto. O Instagram da Jackeline Hayashi, esposa do Pastor Lucas Hayashi, mãe de dois filhos e criadora de conteúdo sobre família, casamentos e filhos, é uma ótima fonte de conteúdos e materiais sobre o assunto. Além disso, se você deseja ensinar sobre o Amor de Deus que está na Sua Palavra, o aplicativo de celular chamado ‘App da Bíblia para Crianças’, com certeza vai chamar atenção do seu pequeno. Com histórias narradas, jogos e ilustrações, o aplicativo conta todas as principais histórias do Antigo e do Novo Testamento de uma forma perfeita para que a criança se entretenha e ainda aprenda sobre quem Deus é.

O aplicativo é gratuito e está disponível na loja de aplicativos da Google
Crédito: Google Play
O aplicativo é gratuito e está disponível na loja de aplicativos da Google
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