Blasfêmia é a expressão de opiniões ou atos que são considerados ofensivos ou irreverentes em relação a Deus, a um grupo religioso ou suas crenças. Isso pode incluir falar de maneira desrespeitosa sobre Deus, usar a imagem de um símbolo religioso de maneira profana ou debochada, ou até mesmo negar a existência de Jesus Cristo.
Blasfêmia na Bíblia
Na Bíblia, chama-se de blasfêmia a linguagem zombeteira ou algum outro insulto contra Deus, Seu caráter e a maneira correta de adorá-Lo. Está refletido na lei do Antigo Testamento no terceiro mandamento (não tomar o nome do Senhor em vão), na lei anterior à de Moisés que proibia matar seres criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 9:6), e no mandamento direto de não blasfemar o nome de Deus (Levítico 24:16).
Davi considerou uma ofensa grave desrespeitar a Deus prejudicando Seu governante ungido escolhido (1 Samuel 24:6), mesmo que esse ungido estivesse tentando matá-lo. Ananias e Safira cometeram um tipo de blasfêmia ao ignorar a onisciência e a santidade de Deus e fingir doar à igreja mais do que realmente possuíam (Atos 5:1-10). Além disso, Jesus foi executado porque os sacerdotes e fariseus acreditavam que ele estava blasfemando ao afirmar que era Deus (Mateus 26:65).
Blasfêmia em outras religiões
Da perspectiva do judaísmo e do cristianismo, somente a verdadeira blasfêmia pode ser cometida contra o verdadeiro Deus; no entanto, outras religiões também levantam acusações de blasfêmia. Quando Nabucodonosor jogou a negociação de Sadraque, Mesaque e Abedenego na fornalha, ele os acusou de blasfêmia, neste caso, o ato de negar a divindade de Nabucodonosor (Daniel 3).
Anos depois, quando o rei Dario enviou Daniel à cova dos leões, foi pelo mesmo motivo (Daniel 6). Inúmeros cristãos perderam suas vidas nos primeiros dias da igreja por se recusarem a adorar o imperador romano.
Blasfêmia na sociedade civil
As leis civis destinadas a prevenir a blasfêmia tiveram resultados mistos. Cientistas como Copérnico e Galileu foram acusados de blasfêmia por ousar afirmar que a Terra não era o centro do universo. A inquisição espanhola procurava blasfemadores para puni-los. João Calvino e Martinho Lutero foram acusados de blasfêmia e de apoiar a pena de morte para blasfemadores. Em muitos países europeus, onde a liderança religiosa e política se misturavam, a blasfêmia contra Deus era equiparada à traição contra o Estado.
Hoje, a proteção do nome e do caráter do Deus judaico-cristão pelo Estado praticamente desapareceu. A Grã-Bretanha aboliu as leis de blasfêmia em 2007; a Primeira Emenda à Constituição dos EUA anula efetivamente as leis de blasfêmia, embora os estados tivessem tais leis até 1952.
Algumas das campanhas anti-blasfêmia mais ativas hoje são conduzidas em nome do Islã. Algumas acusações, como escrita depreciativa e imagens destinadas a inflamar a emoção, podem ser legitimamente consideradas blasfemas do ponto de vista muçulmano, enquanto outras acusações são fabricadas por motivos escusos. Frequentemente, as acusações de blasfêmia parecem ser motivadas pessoalmente, variando de um desejo de conseguir um emprego a uma discussão sobre propriedade. Já que “blasfêmia” tem uma definição tão ampla, é fácil culpar alguém.
No Brasil, a blasfêmia não é considerada um crime. A Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de crença, o que inclui o direito de as pessoas expressarem suas opiniões e crenças, mesmo que isso possa ser considerado ofensivo ou controverso por alguns. Isso significa que, embora algumas pessoas possam se sentir ofendidas por algum tipo de expressão ou ato que considerem blasfemo, a lei não proíbe essa expressão. No entanto, é importante lembrar que a liberdade de expressão não é ilimitada e que é possível haver consequências legais para ações que tenham como objetivo incitar a violência ou o ódio.
Cristãos e a blasfêmia
Os cristãos hoje têm que caminhar sobre uma linha tênue quando se deparam com a blasfêmia na arena sócio-política. Em um mundo perfeito, todos reconheceriam a soberania e a santidade de Deus. O mundo inteiro reverenciaria Seu nome e representaria apropriadamente Seu caráter. Infelizmente, isso não vai acontecer tão cedo. Tentar legislar a blasfêmia para que ela não exista seria tolice. Em países multiétnicos e multiformes como o Brasil, é bem possível que uma lei contra a difamação de uma religião leve à proteção de todas as religiões. No entanto, uma vez que os princípios mais básicos de uma religião podem ser considerados blasfemos por um religioso de fé diferente, podemos nos ver legalmente incapazes de expressar até mesmo nossas crenças básicas – o que é fé de um é blasfêmia para o outro.
Qual deve ser o ponto de vista de um cristão sobre o assunto da blasfêmia? Primeiro, devemos começar adorando nosso Deus como santo e fazendo o nosso melhor para representar Seu verdadeiro caráter para os outros.
E segundo, devemos vigiar para não sermos cruéis com pessoas de outras crenças. Não é necessário fazer comentários depreciativos intencionalmente sobre a crença de outra pessoa. Efésios 4:15 diz para falar a verdade em amor.
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
Efésios 4:15,16
Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função.
Referência:
compellingtruth.org
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