O site pornográfico mais popular do mundo deletou, neste mês de dezembro, mais de 10 milhões de vídeos de sua plataforma. A medida é uma resposta às crescentes campanhas contra a pornografia e divulgação ilegal de material íntimo nos Estados Unidos.
O site vinha sendo fortemente criticado por hospedar vídeos e imagens criminosos, não verificados e até com a presença de menores. A plataforma estava sob pressão crescente nas últimas semanas depois que os serviços de pagamento Visa, Mastercard e Discover retiraram-se do site em resposta a essas acusações. O site gera vários bilhões de dólares por ano em receitas de publicidade e serviços de assinatura.
Exodus Cry, um grupo cristão anti-pornografia dos EUA, comemorou a medida – uma vitória para o grupo, que participava há anos da campanha contra o material “uma das ações mais significativas já tomadas contra a pornografia criminal”.
O site em questão é um dos sites mais vistos do mundo, obtendo cerca de 42 bilhões de acessos somente no ano passado. Em resposta ao escândalo, o site postou que iria introduzir um novo sistema de verificação no Ano Novo com o objetivo de garantir que somente “usuários verificados, cuja identidade e idade sejam legalmente credenciados, carreguem conteúdo para a plataforma.”
Um longo artigo contra o site, publicado no início do mês no New York Times, foi o estopim da reação generalizada contra o serviço. O jornalista Nicholas Kristof mencionou vários casos de exploração sexual, abuso e estupro na plataforma que atrai 3,5 bilhões de visitas por mês. Conteúdos criminosos gerados por usuários eram postados e repostados no site, e a empresa não estava fazendo o suficiente para impedi-los.
O artigo ‘bombou’ na internet e logo repercutiu fora dela: executivos do site foram chamados para testemunhar no Parlamento em Ottawa e, na semana seguinte, os senadores cristãos norte-americanos Josh Hawley e Ben Sasse apresentaram um projeto de lei que dá às vítimas mais base legal para lutar contra sites quando vídeos e imagens são distribuídos online sem seu consentimento. Sasse também pediu uma investigação do Departamento de Justiça sobre as operações do site.
O estímulo pornográfico frequente muda a composição neurológica do cérebro de forma prejudicial. A pornografia causa ansiedade social, depressão, baixa motivação, disfunção erétil, problemas de concentração e auto percepções negativas em termos de aparência física e funcionamento sexual. Além disso, ela está associada ao aumento da solidão, divórcio e aceitação de agressão e assédio sexual.
A pornografia está profundamente envolvida na exploração de mulheres e crianças e é destrutiva para quem a consome. Consumi-la ou não é muito mais do que uma decisão individual – é parte de um sistema que ataca mulheres e crianças, e seus espectadores participam, contribuem e são moldados por esse sistema destrutivo e escravizador.
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