Quer fazer pós-graduação, mestrado ou doutorado? Tome a decisão em família

A pós-graduação tem sido uma exigência cada vez mais comum nos currículos. Isso tem impulsionado a procura dos estudantes por cursos de mestrado e doutorado nas universidades públicas e privadas. Mas poucos tem se dado conta da complexidade e alta demanda envolvidas nesses processos.

Pós-graduação

A pesquisa acadêmica no Brasil está quase totalmente concentrada na pós-graduação. Em geral, os cursos de graduação são uma introdução àquele campo do conhecimento, onde se aprende o básico e necessário para exercer a profissão. Já a pós-graduação costuma ser um trabalho de investigação, análise e descoberta.

Existem duas modalidades de pós graduação. O stricto sensu (sentido estrito, limitado) e o lato sensu (sentido amplo). Este último é uma forma de especialização, na qual o estudante recebe um certificado de conclusão, não um diploma. Já o primeiro, stricto sensu, são os cursos que conhecemos por mestrado e doutorado, aonde fazemos pesquisas acadêmicas mais específicas e aprofundadas.

Stricto sensu: mestrado e doutorado

No stricto sensu, os alunos precisam delimitar um tema específico da área de conhecimento que querem investigar, além de procurar um professor orientador da própria instituição. Ao fazer isso, precisam definir seus quadros teórico-metodológicos, apresentar o projeto e começar a pesquisa. Caso seja em uma universidade pública, normalmente há um vestibular bem concorrido, com provas de arguição, de conhecimento e de proficiência em língua estrangeira. Mas isso depende de cada instituição, aí é essencial conferir os editais antes.

Além de cursar algumas matérias, os alunos precisam defender a ideia que surgiu no decorrer da pesquisa a fim de resolver um problema acadêmico. Ou seja, é necessário apresentar uma série de argumentos para justificar a sua conclusão sobre o tema que se estudou.

No entanto, essa dissertação, no caso do mestrado, ou tese, no caso do doutorado, só podem ser concluídas ao término da pesquisa, já que não se investiga um assunto para provar um ponto de vista. Ao contrário, a partir da pesquisa se desenvolve uma perspectiva nova. Esta deve ser necessariamente diferente das hipóteses originais, evidenciando, na prática, que realmente foi realizado um processo rigoroso de investigação.

Embora possuam um tempo médio de 24 meses para o mestrado e 48 para o doutorado, essas investigações podem durar até 6 anos no doutorado direto, feito por estudantes que não fizeram mestrado antes. E o mais complicado de tudo é que elas demandam, na maior parte das vezes, um tempo de dedicação integral. Por isso, algumas instituições públicas como a Capes, Fapesp e o CNPq costumam oferecer bolsas para os alunos, o que também requer um processo seletivo, uma vez que o trabalho em outra atividade podem se tornar inviáveis.

Decidiu fazer doutorado? Comunique seu parceiro!
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Conciliação: família e estudos

Mesmo que algumas destas noções valham para ambos, vamos focar agora em algumas problemáticas vividas por aqueles que decidem fazer o doutoramento. Fazer o doutorado, como dissemos, requer tempo. Ao sairmos do Ensino Médio, nos deparamos com as incertezas da vida e com as indecisões sobre para onde ir e o que fazer. A decisão de cursar uma faculdade por si já leva um desgaste grande, que não deve ser de forma alguma motivo para se desencorajar.

A maior parte das pessoas quando terminam suas graduações, ou mesmo antes disso, decide formar uma família. Casar, ter filhos, morar junto, são algumas das escolhas feitas por muita gente. Deve-se ter em mente que nada pode ser um empecilho para estudar. Claro, desde que saibamos fazer isso com muita reflexão e cuidado. O doutorado exige uma dedicação imensa, podendo afetar a estabilidade do núcleo familiar.

Estudar, ler e se deslocar o tempo inteiro. Essa é a realidade de quem decide se engajar nesse desafio. Não é um período fácil, ainda mais se levarmos em conta que muitos possuem filhos para criar e relacionamentos para cultivar. Sim, é preciso saber que as relações conjugais devem ser cultivadas. Nenhuma árvore mal cuidada dá frutos, assim é um casamento. Se não houver harmonia nesse momento, a relação corre o risco de ser muito perturbada.

Em síntese, é um período complicado. Por isso, separamos algumas dicas e ideias para você não se perder na hora de decidir fazer um doutorado, ou mesmo um mestrado, caso se encontre na mesma situação.

1 – Comprometam-se juntos

Decidiu fazer doutorado? Comunique seu parceiro! Um relacionamento só pode ser harmônico quando somos honestos uns com os outros. Mais do que isso, quando tomamos decisões juntos. Não adiantará de nada resolver fazer algo e não saber a opinião do restante da família. Essa escolha, acredite, não é apenas sua. Você precisa expor seus motivos, dizer o quanto quer estudar, aprender e ser um doutor.

Para isso, esclareça para si mesmo antes quais são seus objetivos, metas e o esforço que será gasto para cursar a pós. Em seguida, converse com o parceiro e com os filhos também. Crianças ou não, os filhos fazem parte da família, e terão suas vidas afetadas. Diga a eles que você precisará de tempo, de espaço, mas que não deixará de estar presente quando for necessário. Explique para seu marido, ou esposa, que o doutorado é uma pesquisa séria, que vai exigir muita concentração e dedicação. Finalmente, avalie as consequências, os gastos, para então tomar a decisão final.

2 – Busque saber o máximo possível

Tomada a decisão em conjunto, informe-se. Provavelmente você já terá ido atrás de algumas informações antes, mas agora é a hora de se envolver de verdade. Veja todas as possibilidades. Confira se a faculdade pretendida é realmente a melhor opção. Não deixe para depois, esboce o projeto de pesquisa, levante informações sobre os lugares que terá que frequentar. O doutorado exige que nos desloquemos frequentemente, seja para assistir aula, seja para ir atrás das informações que precisamos para as análises.

Não hesite em pedir conselhos e sugestões para a comunidade acadêmica. Com certeza você deve ter contato de professores, colegas, amigos que passaram por essa experiência. Veja como eles mesmo lidaram com esses desafios. Pergunte como fizeram para conciliar a pesquisa com os trabalhos domésticos. Peça conselhos para pessoas que levam vidas corridas e agitadas, mas não se esqueça que você mesmo irá adaptar tudo isso para sua própria vida.

3 – Faça um cronograma

Para realizar um projeto desses é fundamental estabelecer regras. Tudo que nós fazemos deve ser feito com cuidado e dedicação, isso inclui a definição do tempo das tarefas. Para tanto, faça um cronograma, coloque todas as atividades diárias, mesmo as que não se incluem diretamente no doutorado.

Não se esqueça de reservar um período para o descanso e para sua família (incluir matéria do descanso). Fazer um doutorado não é, em hipótese alguma, abandonar sua vida tradicional e muito menos sua família. É um período excepcional, uma época de exceções. Tudo será mais fácil se você definir a hora e o lugar de cada coisa, mesmo que o cumprimento rígido seja difícil. Ah, e não deixe de reservar o horário da alimentação (incluir matéria dos hábitos alimentares), ela é essencial para garantir a saúde e disposição nas tarefas.

4 – Comunique suas expectativas

Por fim, se expresse frequentemente. É importante compartilhar com a família nossos sentimentos, frustrações e angústias, as soluções para muitos problemas chegam em conjunto. Informar nossas expectativas contribui para que possamos nos sentir gratos, orgulhosos, e dispostos a não desistir. Se há motivos para além do sucesso acadêmico para concluir o doutorado, tenha certeza que sua família está em primeiro lugar. São as pessoas mais importantes, que merecem todo nosso esforço e dedicação.

O doutoramento é uma missão difícil. Porém, dispondo de muita fé e planejamento é certo que podemos nos incluir a lista dos doutores “de verdade”. Essa decisão não cabe somente a uma pessoa, ela pertence ao seu conjunto familiar, as pessoas que estão do seu lado e dependem de você. As dicas servem tanto para os parceiros e filhos, quanto para outros dependentes, como pais, mães, tios, avós etc. Não se esqueça de compartilhar sua vida, eles vão estar com você no trajeto, na prova, e vão estar também no final, na tão aguardada colação de grau.

 Fazer um doutorado não é, em hipótese alguma, abandonar sua vida tradicional e muito menos sua família. É um período excepcional, uma época de exceções.
Fazer um doutorado não é, em hipótese alguma, abandonar sua vida tradicional e muito menos sua família. É um período excepcional, uma época de exceções.

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