O Brasil é um dos países onde as pessoas mais consomem fast-food no mundo. A EAE Business School realizou uma análise dos hábitos de consumo nesse segmento alimentício há poucos anos. Hoje, os números são consideravelmente maiores, o que gera uma preocupação, principalmente em relação à saúde dos indivíduos.
A escola particular de negócios com sede em Madrid e Barcelona obteve um estudo mais detalhado acerca dos números que representam parte da população que consome comida rápida. O Japão, a China e os Estados Unidos são locais de destaque, logo depois vem o consumo dos brasileiros, que chega a mais de 54 bilhões de reais gastos no setor por ano.
Como consequência disso, deve-se colocar em destaque a quantidade de pessoas no país que se encontram obesas. Uma publicação do Ministério da Saúde constatou que 55,7% da população adulta está com excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018. Dados da mesma origem ainda mostram que mais de 7% da população adulta apresenta diabetes e mais de 24% hipertensão, doenças que podem estar relacionadas à obesidade. Uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) indica que, dentre os adultos com diabetes, 75,2% têm excesso de peso e, entre os da mesma faixa etária com hipertensão, 74,4% também apresentam excesso de peso. Algumas proporções estão estipuladas abaixo:
Assim, é impossível desassociar a má alimentação do surgimento de doenças. Nilza Martins Coelho, entrevistada para falar acerca dos seus hábitos alimentares, disse que há anos não sente nenhum desconforto e não apresenta nenhum tipo de doença. Ela não precisa recorrer nem aos remédios naturais, não sente necessidade.
Formada em Ciências Contábeis, mas trabalhando como culinarista, modificou sua rotina a partir dos 40 anos, quando começou a praticar Yoga. A sua vontade foi deixar de consumir carne, o que já não era algo muito incluído em sua alimentação diária. Hoje, depois de mais de 20 anos, afirma que a transição mais difícil foi quando decidiu parar com o queijo, um de seus alimentos preferidos. Ela afirma que em nenhuma mudança alimentar a causa foi a doença, mas sua saúde ficou cada vez mais reforçada: “Hoje, com quase 64 anos, não tomo nenhum medicamento. Sinto muita energia, disposição e alegria”.
Estilo de alimentação mais consciente
O seu hobby por alimentação saudável não para por aí. Além de vegana, ela só consome itens “crus e vivos”. Ou seja, um cardápio baseado em frutas, legumes e verduras, nada assado, cozido ou processado. Tudo na temperatura que os nossos próprios dedos podem suportar. Ela mesma diz: uma comida “AMORnada”, morna.
Ao ser questionada sobre a tendência que muitos têm de tratar somente a doença, e não a sua causa, concluiu que a informação é um quesito chave para a mudança de paradigma. Entretanto, em primeiro lugar, o indivíduo deve querer. Impor padrões alimentares aos outros nunca é uma opção, cada um deve encaixar um tipo de alimentação que combine com a sua própria agenda, em que se sinta saudável e realizado.
Hoje, para “fazer a sua parte”, Nilza tenta conscientizar o seu círculo social sobre a importância de uma alimentação saudável por meio do compartilhamento de vídeos e links que possam “tocar” as pessoas, para que elas tomem a decisão de mudar. Além disso, ela divide receitas. Antes ministrava cursos de culinária presenciais, agora suspensos devido à pandemia. E o mais importante: procura ser exemplo de saúde, disposição e alegria.
Para tratar qualquer tipo de doença, com certeza uma alimentação baseada em itens naturais, orgânicos, crus e vivos pode auxiliar. Tudo com o acompanhamento de um nutricionista especializado. Algumas opções de lanche ricas em fibras, vitaminas e minerais para incluir no seu dia são: suco “vivo”, smoothies ou iogurtes a base de “leites” vegetais (de coco, amêndoas ou aveia, por exemplo), frutas e barrinhas de cereais orgânicas e sem ingredientes químicos, preferencialmente caseiras. Para o almoço ou jantar, tente preparar um “arroz” de couve-flor, brotos de feijão Moyashi, alfafa, ou girassol. Além disso, molhos preparados com castanhas ou abacate são muito saudáveis.
Outras opções para incluir no cardápio
Quando as únicas opções proteicas do cardápio são de origem vegetal, é importante que exista uma enorme variedade de alimentos. Isso acontece para que todos os aminoácidos essenciais estejam incluídos e não falte nenhum nutriente. Uma dieta vegana exige, além da própria vontade individual, uma instrução nutricional adequada, assim como qualquer outra dieta com objetivos pré-determinados.
De acordo com o estudo “Qualidade nutricional e escore químico de aminoácidos de diferentes fontes protéicas“, da Universidade Federal de Viçosa, as proteínas de origem animal apresentaram maiores valores de digestibilidade do que as de origem vegetal. Entretanto, isso varia de pessoa para pessoa. O inquestionável é a necessidade de ingestão de proteínas pelo ser humano, sejam elas de origem animal ou vegetal.
Alimentos com uma maior quantidade desse macronutriente são importantes para regulação hormonal, performance no esporte ou em qualquer atividade física, emagrecimento, regulação do sono, disposição, entre outros fatores. Sem contar que oferecem uma maior saciedade em relação aos carboidratos, caso ingeridos sem complemento em uma refeição. Não importa se você consome feijão, soja, grão de bico, brócolis, filé de frango, peixe, carne vermelha ou ovo: atente-se à quantidade necessária de ingestão de proteína diária para que tenha um sistema imunológico forte e, consequentemente, menos doenças e mais saúde.
Participe da conversa.