O Monte Nebo é um monte no Reino da Jordânia, a 9 km a noroeste de Madaba e a cerca de 26 km do Mar Morto. O monte é famoso por ser o lugar bíblico onde Moisés olhou para a Terra Prometida, onde estava destinado a nunca por os pés. A Bíblia nos diz que depois de ver a Terra Prometida, Moisés morreu no Monte Nebo. O cume de 1.000 m de altura oferece vistas deslumbrantes de Jericó, do Mar Morto, da Cisjordânia, do Rio Jordão e em dias muito claros você pode até ver Jerusalém.
A história bíblica do Monte Nebo
Moisés tirou os israelitas da escravidão no Egito e atravessou o deserto por 40 anos. Em Deuteronômio 34, lemos como Moisés escalou o Monte Nebo das planícies de Moabe para ver a terra de Canaã. Deus mostrou a ele toda a Terra Prometida, mas disse a ele que ela pertenceria a seus descendentes e que ele a veria, mas nunca a cruzaria. Moisés teve sua entrada negada na Terra Prometida porque ele bateu em uma rocha com seu cajado para produzir água para o povo no deserto, em vez de confiar em Deus e simplesmente ordenar à rocha que fornecesse a água, conforme instruído. Deuteronômio 34: 5 continua dizendo que Moisés morreu e foi sepultado na terra de Moabe (atual Jordão). Embora a Bíblia não especifique o local do sepultamento de Moisés, a tradição cristã afirma que Moisés foi sepultado no Monte Nebo.
Reconhecimento do Monte Nebo
Desde os primeiros dias do cristianismo, o Monte Nebo se tornou um local de peregrinação. Monges e peregrinos de todos os lugares vieram ver onde Moisés havia vivido seus últimos dias. Monges egípcios do século 3 ao 4 construíram uma pequena igreja no monte para comemorar a morte de Moisés. No século 5 a igreja foi ampliada e no século 6 tornou-se um mosteiro e basílica com belos mosaicos bizantinos. O local foi abandonado no século 16 e redescoberto na década de 1930. Em 1993, a Igreja Franciscana comprou o local, restaurou, escavou e preservou o que restava dos mosaicos da igreja anterior. Uma escavação cuidadosa revelou seis tumbas na rocha natural abaixo da igreja.
O que podemos aprender com a passagem do Monte Nebo
O Monte Nebo foi o último lugar onde Moisés esteve vivo. Em Nebo, Deus concede a visão do presente e do futuro ao lado de Deus. Quais são os sentimentos que antecedem uma grande expectativa de vida e morte?
Entenda um pouco disso no texto abaixo, escrito por Eli Moreira, escritor, pastor e fundador do Projeto Redenção.
Monte Nebo – texto de Eli Moreira
O sol se punha sobre a montanha com os tons que lembravam o choro da saudade e a alegria do retorno. Tons róseos saudavam a chegada de um homem muito amado pelos céus. A escuridão da noite trazia as incertezas sobre os corações humanos que se assustam diante do desconhecido. Era a última montanha que seria escalada pelo velho homem acostumado a transpor o intransponível.
Nebo era o limite. A última vez que um visionário enxergaria o futuro. Desta vez, em silêncio. Ninguém senão o seu coração cheio de fé e esperança compreenderiam o que o Redentor de Israel havia planejado para o Seu povo. Depois desta visão não haveria retorno, não haveriam discursos, recomendações, palavras finais. O horizonte já não pertencia aos homens, mas, a Deus que desenha o futuro milimetricamente perfeito. Ele não entraria na terra prometida ao povo de Deus, entraria na terra do próprio Deus. Não experimentaria as uvas do milagre, experimentaria o Pão da vida.
De cima, da última montanha, o por do sol se revestia de tons jamais vistos – uma mistura de despedida e de boas vindas. O mundo havia sido perfeito ou poderia ter sido melhor? No meio do arraial dos judeus já era noite. A escuridão e a incerteza haviam tomado conta de todos os israelitas. Deus seria o mesmo depois que Moisés, o pastor de Israel partisse? O mar voltaria a se abrir, eles continuariam a comer pão do céu. Codornizes cobririam o arraial onde os israelitas se acampavam para atender ao clamor do povo de Deus?
Dores e medos traziam a noite para dentro das tendas dos judeus. O pastor de Israel, agora, se aproximava de uma luz que ele conhecia profundamente. Uma luz que havia tomado toda sua vida, iluminado o seu rosto, indicado o caminho para Israel no meio da escuridão dos falsos deuses.
Esta luz agora era o seu futuro, o seu presente, a razão de todo o seu passado. Nada havia sido e seria mais importante do que ter andado no deserto protegido pelo Guarda de Israel. A jornada até o monte Nebo havia durado cento e vinte anos. A liberdade tão sonhada parecia ter custado tudo e ao mesmo tempo, não havia custado absolutamente nada. Toda a sua vida havia se envolvido com o sonho de ver seu povo livre, na sua própria terra, servindo ao único Deus verdadeiro.
A jornada para este lugar de liberdade o havia transformado no pastor de uma multidão que não aceitava o sobrenatural que havia inundado seu ser. A água que o povo esperava beber no meio do deserto, vinha do sobrenatural, a comida que eles comiam surgia do lugar do invisível. Só ele era visível para que o povo pudesse murmurar, implorar, maldizer e destruir, quando seus desejos fossem contrários aos planos de depender de um Deus de milagres que os homens não podem conceber ou dominar.
Agora ele estava na fronteira do sonho e da realidade. Sua vida inteira estava diante de um momento. Deus lhe mostrou toda a terra, como quando você pega seu filho querido em seus braços e lhe apresenta um mundo que ele não compreende o que significa. O pastor sorria porque Israel encontraria finalmente uma terra que poderia chamar de terra de Deus. Redentor e redimido, libertador e liberto, Criador e criatura, pastor e ovelha estavam muito próximos da glória do Deus que havia cumprido todas as suas promessas. Ele havia cuidado de todos os detalhes para que seu plano perfeito conduzisse Moisés ao descanso que ele havia esperado por toda a sua vida.
A noite estava chegando, enquanto, o dia raiava somente naquela montanha. A glória de Deus se tornara a morada de Moisés, seu alento, sua certeza de que a vida é somente Deus, somente Sua presença, Suas palavras. Todo o sonho agora fazia sentido, enquanto seu corpo se desfazia, sua vida voltava para Deus onde tudo é plenitude, liberdade, certeza, alegria – paraíso.
Sobe a este monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que aos lhos de Israel dou em possessão.
Deuteronômio 32:49
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