Ao acordar de manhã, você pode perguntar ao Senhor: “O que você preparou antecipadamente para eu fazer hoje?” Ou talvez, como eu, você sempre se pergunte como conseguirá completar todas as tarefas que tem pela frente.
As demandas de tempo que competem entre si são inevitáveis na vida e, em certa medida, quanto mais levamos a sério nossas responsabilidades cristãs, mais enfrentaremos essas demandas. Jesus também lutou com as demandas de tempo, mas ele era mestre na arte de administrá-lo. Ele mantinha um equilíbrio único entre adoração, oração, família, amigos, trabalho e descanso. Para fazer isso, ele cultivava um relacionamento íntimo com Deus e tinha uma clara compreensão de sua missão na vida.
Jesus guardou sua vida devocional
Jesus priorizava sua vida devocional. Ele reservava tempo para a oração, especialmente durante períodos de intensa atividade. Ele orava regularmente e, antes de tomar decisões importantes, buscava o Senhor em oração.
Após períodos exaustivos de ministério, ele se afastava para ter momentos de comunhão com Deus. Em Lucas 5:15-16, encontramos um conselho valioso para profissionais ocupados: “… grandes multidões o procuravam, para ouvir o que ele dizia e serem curadas de suas doenças. Mas Jesus se retirava para lugares solitários e orava”. Quanto mais ele trabalhava, mais ele orava. Ele estava ocupado demais para deixar de orar. Talvez Deus também crie atrasos e obstáculos em nossas vidas movimentadas, como semáforos vermelhos, engarrafamentos, filas e contratempos, para nos dar a oportunidade de orar mais.
Da mesma forma, Jesus estava imerso na Palavra de Deus – de tal maneira que, quando o diabo o desafiou no deserto, ele pôde responder com três citações do livro de Deuteronômio. Para muitos de nós, seria difícil até mesmo encontrar esse livro, e muito menos estar familiarizado com ele. Alimentar-se regularmente da Palavra de Deus é essencial? Será que fazemos disso uma de nossas principais prioridades, assim como Jesus fazia?
Jesus deu tempo para as pessoas
Jesus dedicava tempo às pessoas. Mesmo no meio de seu movimentado ministério, ele não permitia que as demandas urgentes o distraíssem do que era realmente importante. A história da mulher com hemorragia é um exemplo desafiador. Jesus estava a caminho de atender alguém gravemente doente com uma infecção aguda, mas foi interrompido por uma mulher que sofria de hemorragia crônica há muito tempo (Lucas 8:40-56). Ele deu atenção total a ela e, para justificar sua decisão, Deus capacitou Jesus a ressuscitar a filha de Jairo dos mortos.
Precisamos estar dispostos a fazer uma pausa com as pessoas que Deus coloca em nosso caminho. Os relatos do evangelho estão repletos de histórias de pessoas com as quais Jesus parou. Ele não parou com todos; curou apenas um homem no tanque de Betesda, falou apenas com uma mulher samaritana no poço, um jovem rico, um cobrador de impostos – mas ele dedicou tempo a essas pessoas individuais.
Jesus equipou outros
Jesus capacitava os outros. Ele não sentia que era sua responsabilidade suprir todas as necessidades sozinho. Sua estratégia era passar tempo capacitando os outros. Dessa forma, o trabalho continuaria mesmo depois de sua partida. A eficácia de um ministério não é medida apenas pelo que é alcançado durante seu tempo ativo, mas pelo que ocorre quando a pessoa central se ausenta. Jesus dedicou uma quantidade desproporcional de tempo aos discípulos que continuariam sua obra.
Nós também devemos sempre buscar maneiras de multiplicar a obra que Deus nos deu, envolvendo outras pessoas. Se tivermos que escolher entre fazer algo nós mesmos ou ensinar outra pessoa a fazê-lo, devemos optar pela segunda opção. Quando Jesus viu os campos prontos para a colheita, ele não encorajou os discípulos a trabalharem mais arduamente para trazê-los, mas os incentivou a orar para que Deus enviasse mais trabalhadores (Mateus 9:37-38).
Jesus reconheceu a necessidade de descanso
Jesus reconhecia a importância do descanso. Ele não era legalista quanto ao sábado, mas entendia o verdadeiro propósito desse dia de descanso. Mesmo diante de necessidades urgentes, ele reconhecia a importância de se retirar e descansar.
O esgotamento é um grande desafio para profissionais dedicados, pois somos impulsionados por um forte senso de responsabilidade e estamos conscientes de todas as necessidades não atendidas ao nosso redor. No entanto, é crucial programar tempo para relaxar e se recuperar. Como usamos esse tempo dependerá de nossa personalidade e preferências. Podemos passar esse tempo sozinhos ou com outras pessoas, participando de atividades vigorosas ou tranquilas. O importante é reservar um tempo totalmente afastado do trabalho e do ministério em intervalos regulares.
Há uma história sobre dois homens que cortavam lenha. Um deles fazia pausas regulares a cada hora, enquanto o outro continuava cortando sem descanso durante todo o dia. No final do dia, aquele que descansava tinha uma pilha muito maior de lenha cortada. O outro ficou surpreso até descobrir que, enquanto descansava, o outro também afiava o machado. Reconhecer a necessidade de descanso é como afiar o machado.
Portanto, tomemos o jugo de Jesus sobre nós e aprendamos com ele, pois ele é gentil e humilde de coração. Assim, encontraremos descanso para nossas almas, pois o jugo dele é suave e seu fardo é leve (Mateus 11:29-30).
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