““Tomem cuidado para que o vosso coração nunca fique pesado pelo excesso de bebida, pela embriaguez e pela ansiedade da vida para que aquele dia não caia sobre vocês como uma armadilha. Pois virá sobre todos que vivem na face da terra.”
Lucas 21:34-36
2020 mudou algumas áreas da vida de uma forma como nunca vimos antes. De imediato, a primeira coisa notável neste ano foi o isolamento social. Não há relatos na história da humanidade de um período tão longo em que tantas pessoas tenham ficado isoladas, sozinhas. Foi o ano em que as pessoas tiveram de cuidar se si mesmas e de seus familiares, sem muitos recursos e sem muita ajuda.
O trabalho sofreu modificações. O conceito sobre o trabalho, antes da pandemia, era o seguinte: “se na sua frente o funcionário não trabalha, imagina longe?”, “O boi engorda sob o olhar do dono”, e assim por diante. Mas em 2020 o boi e o dono não puderam mais conviver juntos. O digital, antes tendência, virou regra. Seria o caos? Todas as empresas quebraram? Todos os bois morreram de fome? Não foi isso que aconteceu. Os funcionários trabalharam de casa – e na verdade, há muitos casos de pessoas que trabalharam muito mais nessas condições do que antes.
Se a TV só apresentava gente super produzida, as lives começaram a trazer pessoas vestidas como os espectadores em casa – porque eles também estavam em casa, fazendo a transmissão de lá. No Brasil, as pessoas não compravam pela internet, e agora até padaria tem entregado pão a domicílio. A pandemia acelerou os processos.
Os valores e laços familiares também sofreram transformações. Marido e mulher, pais e filhos, irmãos, conviveram de forma intensa no período de isolamento – para o bem e para o mal. A convivência familiar precisou ser repensada.
As pessoas não sabem o que vai acontecer depois deste período. Há um clima de incerteza geral – quais são os paradigmas que vão nortear a sociedade a partir deste momento?
A ansiedade em todo o mundo está chegando a níveis terríveis. Perceba a ansiedade em sua vida e na vida dos que convivem com você. Mães ansiosas porque não sabem como educar seus filhos. Filhos ansiosos porque estão presos dentro de casa. Adolescentes ansiosos pela falta de convivência social, tão necessária nessa idade. A incerteza está ocupando um lugar central na vida das pessoas, e a ciência, as grandes potências nacionais, as grandes mentes do nosso tempo, ninguém tem dado respostas. Ninguém tem resolvido o problema.
Este ano revelou que o homem não está mais no centro. O homem não tem todas as respostas. Em 2019, a discussão era se o homem iria morar em Marte. Em 2020, a discussão foi como será a vida na Terra. Daqui a anos? Não, daqui a meses. Como vai ser 2021?
Aprendemos que não temos controle sobre a vida. Não há condição alguma de definirmos o nosso futuro, como ele será e como irá proceder. O homem não tem o domínio sobre a vida como ele imaginava que tinha. Então quem tem?
Em 2020 nós aprendemos a conviver com a morte. Cada vez que você põe a máscara você está usando um equipamento cuja função é te defender do contato com um vírus potencialmente fatal. Convivendo com a morte, uma sensação estranha e inédita, a ansiedade aumenta.
Diante dos níveis absurdos de ansiedade, as pessoas tiveram reações diversas. Algumas se doparam (de trabalho, de remédios, de analgésicos, de entretenimento). Foi preciso se encher de coisas para ser feliz, numa tentativa de extrair prazer das coisas para permanecer num estado de festa permanente.
Estamos chegando em 2021, e algumas coisas precisam ficar para trás. Que paradigmas que você criou e adotou para a sua vida devem ficar pra trás? A pandemia mudou muita coisa, quase tudo – e a sua vida daqui em diante? A questão da esperança veio à tona. E em um momento em que as igrejas se esvaziaram, a esperança virou uma questão de âmbito pessoal. De onde vem a sua esperança?
No texto que inicia essa matéria Jesus alerta que é preciso estar pronto. Males e situações muito adversas virão sobre este mundo e o nosso coração precisa estar pronto, nós precisamos estar dignamente preparados, disponíveis para a chegada e a presença de Jesus. Cristo está dizendo a nós que é preciso estar alerta, porque o dia do encontro dEle conosco pode ser hoje, amanhã, qualquer dia. Fique de pé. Levante, não deixe que a ansiedade te derrube, não permita que o medo e a insegurança dominem a sua vida. Fique de pé e alerta, esteja pronto. Fique de pé diante de Deus, não sozinho, porque Ele está com você.
Se você recebe um alerta, por pior que seja a forma que ele se dê, você o toma para o seu benefício. Por exemplo, você vai fazer um exame de rotina, e recebe o alerta do médico de que há um problema gravíssimo ameaçando a sua saúde se você não mudar seus hábitos – e aí vem aquele sermão de médico que ninguém quer ouvir. Mas depois desse evento catastrófico, a sua vida passa por uma mudança radical para o bem, para melhor. Por causa do alerta você muda sua vida.
Não deixe que o momento trágico deste ano te impeça de ter uma transformação memorável na sua vida. Se você entender que este ano foi um aviso no sentido de que “eu estou ansioso, mas eu preciso depender de Deus, porque a ciência não pode me dar respostas, a medicina não pode me dar respostas, nem os políticos e nem as grandes potências”, se entendeu que foi um alerta para a dependência de Deus, 2020 não foi um ano para se esquecer, mas para se lembrar.
Não é o esforço pessoal, não é o trabalho, não é a inteligência, não é a força física, não é outra coisa que não a presença de Deus que determina nosso futuro. Nossos paradigmas em 2020 foram todos mexidos, virados de cabeça para baixo, mas permanecemos vivos. Deus é quem tem controle sobre nossa vida, mesmo nesses dias em que convivemos com a morte. Precisamos estar preparados, vigiando orando, para estarmos em pé na presença de Cristo.
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Não há como pensarmos em 2020 sem pensar no sofrimento do outro. Esse foi o ano daqueles que já tinham pouco agora ficarem com nada. As crianças que almoçavam na escola não foram à escola e permaneceram sem comida em casa. Os estudantes que não tem acesso à internet ficaram um ano sem estudar. Os marginalizados que não tinham acesso a um serviço de saúde digno ficaram até sem o indigno, e morreram em casa. Precisamos ser generosos. Precisamos ser amorosos. Precisamos ser caridosos. Precisamos do outro e o outro precisa de nós. Se você quer conhecer o que o Projeto Redenção tem feito nesse sentido, clique aqui.
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