Você já passou por isso: tentando lidar racionalmente, de forma calma e tranquila, com uma pessoa incrivelmente difícil, a situação se mostra frustrante, enlouquecedora e esgota suas energias. Às vezes parece que simplesmente não adianta falar nem argumentar, não há nada que você possa fazer para lidar com aquele indivíduo.
Quando pensamos em tipos difíceis de personalidade, estamos pensando naquele cara mandão, rude, sabe-tudo, naquela mulher falsa, chorona, crítica, naquele parente teimoso, ignorante, cabeça-dura. Algumas pessoas assim vieram à sua mente? Pois saiba que é possível que o problema no relacionamento com esses indivíduos já comece aí, pelos “rótulos” que impomos a eles.
As pessoas são mais do que os rótulos que lhes são atribuídos. Os rótulos podem nos impedir de realmente conhecer uma pessoa e descobrir o quão única e complexa ela realmente é. As pessoas não são iguais, não tem as mesmas motivações e não agem da mesma maneira sempre.
Imagine que cada pessoa com quem você entra em contato é um quebra-cabeça para você montar. Normalmente, ao montar um quebra-cabeça, você tem todas as peças e uma imagem referencial do que está construindo. Mas e se você tivesse apenas a imagem, mas não todas as peças? E se você nem soubesse quais peças estavam faltando ou o que procurar?
Quando os terapeutas atendem novos pacientes, eles fazem muitas perguntas para que tenham o maior número possível de peças do quebra-cabeça. Os terapeutas não querem presumir nada e precisam ser capazes de colocar todas peças, ou seja, as informações colhidas, em um contexto que tenha significado. Isso os ajuda a compreender seus pacientes e a ter empatia pelos indivíduos únicos que essas pessoas se tornaram.
Nas relações pessoais, no entanto, somos prejudicados pelas normas sociais e pelo desejo de privacidade de cada um. O que é aceitável conversar em um ambiente profissional como a sala de um psicólogo torna-se uma pergunta intrometida e mal-educada em qualquer outro.
Então, como podemos realmente conhecer e valorizar alguém – especialmente quando se trata de uma pessoa difícil?
Ao lidar com pessoas difíceis, procure o melhor que há nelas
Lembre-se, você não tem todas as peças do quebra-cabeça dessa pessoa. Há coisas sobre essa pessoa que você não conhece, ou não entende. Mas Deus sabe, e Ele pode ajudá-lo a ser gentil e paciente até descobrir coisas interessantes sobre a pessoa.
Em 1 Coríntios 13: 4, lemos que o amor é paciente e bondoso. Não somos naturalmente assim, mas Deus é. Em oração, peça que Ele lhe revele o que você precisa saber e que o ajude a estar perto dessa pessoa, a tratá-la com a paciência e a bondade com que Deus trata cada um de nós.
Algumas pessoas estão realmente danificadas, e esse dano frequentemente “rebate” na vida e na alma de tal forma que atinge outras pessoas. Pode ser que as feridas daquela pessoa não estejam curadas, o que significa que temos que aceitar a realidade e as limitações deles naquele momento.
Mas embora eles estejam agindo dessa maneira, podemos mudar nossa perspectiva em relação a eles e nossa resposta às suas ações. Existe uma maneira diferente e mais gentil de responder? Podemos substituir a atitude defensiva, a vontade de argumentar e contra-atacar, por compaixão? Ser educado, amoroso e polido é a melhor resposta – praticar isso ajuda muito no relacionamento com pessoas difíceis.
Ame ao próximo como a ti mesmo
As pessoas podem ser difíceis, sem dúvida, e o modo como vivem pode trazer à tona o que há de pior em nós. Mas precisamos lembrar que nossa reação natural nem sempre é a melhor maneira de responder. Deus nos deu uma maneira melhor – uma maneira mais amável, paciente e amorosa – de lidar e interagir com os outros.
Veja o que Jesus nos ensinou sobre convivência:
“Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas”.
Mateus 7:12
Jesus nos diz para tratar os outros da maneira como queremos ser tratados. Isso nem sempre é fácil de fazer, porque nossa tendência natural é retaliar quando somos magoados pelas palavras ou ações de outra pessoa. “Ele me atacou primeiro”, “só estou me defendendo”, “o que é justo é justo”, podemos dizer a nós mesmos, mas nunca a Deus.
Mas ter o caráter de Cristo é fazer mais do que a nossa natureza humana deseja fazer. É viver como Jesus viveu, pois Ele veio para nos mostrar um caminho melhor. É por isso que Ele compartilhou estas palavras:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’.
Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.
E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa.
Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.
Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado”.
Mateus 5:38-42
Isso não quer dizer que Jesus quer que permitamos que alguém nos agrida ou bata em nós, ou que alguém roube nossas coisas. Jesus está falando sobre o desejo humano de retaliar, de se vingar, de ser mau com quem foi mau conosco, de lidar com pessoas difíceis portanto. Por mais que possamos pensar que é certo revidar a algo ou alguém que nos magoa, não é isso que Deus espera que façamos. Em vez disso, somos instruídos a deixar a vingança para Deus, que sempre sabe exatamente o que é melhor.
“Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei”, diz o Senhor.
Pelo contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”.
Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.”
Romanos 12:19-21
Se Deus nos desse o que merecemos, o que receberíamos? Somos todos pecadores, e por isso todos merecemos a morte (Romanos 6:23). Mesmo assim, Deus, em Seu infinito amor, pagou o preço de nossos pecados por meio do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo.
Deus ama a todos nós e espera que tratemos os outros como Ele nos trata. É por isso que Ele diz:
“Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos maltratam”
Lucas 6:27-28
Quando tudo mais falhar, mantenha limites amorosos e firmes
Chega um momento em que é necessário manter limites em relação a algumas pessoas – aquelas que, por qualquer motivo, sempre querem provocar ou até prejudicar você. Deus deseja que possamos interagir com todos de uma maneira amorosa e piedosa, mas não quer que permaneçamos em relacionamentos abusivos.
“Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira;”
Provérbios 22:24
É importante saber que graças ao sacrifício de Jesus fomos perdoados por erros muito maiores do que os que serão cometidos contra nós. E, quando você for ofendido por alguém, lembre-se disso: nossa resposta ao pecado cometido contra nós fornece duas maneira de apresentar o evangelho aos envolvidos.
Em primeiro lugar, ajuda a preservar as relações com as pessoas. Não rebater, não revidar e não retaliar uma ofensa contra você ajudará a criar um ambiente de paz, pois uma postura gentil e amorosa “desarmará” qualquer ira.
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
Provérbios 15:1
Em segundo lugar, oferece oportunidades para explicar verbalmente a história do sacrifício de Cristo, bem como toda a sua fé. A decisão de não se vingar desperta a curiosidade daqueles que assistem, e mostra a eles que temos esperança na justiça de Deus. Esta esperança demonstra uma fé poderosa na bondade e provisão de Deus. “Por que você é do jeito que você é?”, “por que você faz as coisas que você faz”, “por que você não revida?” – essas são as perguntas de pessoas que podem estar percebendo na sua vida o Evangelho, a esperança da vida com Deus. Encare essas perguntas como oportunidades de contar a elas a razão da sua esperança:
“Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.”
1 Pedro 3:15
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Referências:
lifehopeandtruth.com
tifwe.org
