A Bíblia é um dos livros mais antigos e o mais vendido de todos os tempos, e isso não é em vão. Desde quando Jesus deixou os discípulos responsáveis por espalhar o que o Filho de Deus fez por cada pessoa ao redor do mundo, a quantidade de cristãos só aumenta. Mas o interesse pelo livro mais famoso do mundo despertam influência até mesmo nos não cristãos.
Os vastos ensinamentos apresentados por Jesus e seus apóstolos tendem a despertar curiosidade, além de representar uma referência histórica imprescindível para todas as culturas. Saiba neste texto o que é um samaritano e como seus ensinamentos podem ser seguidos atualmente, tendo em vista a parábola de Jesus Cristo sobre o bom samaritano em Lucas 10:25-37.
O que é parábola
Antes de conversarmos sobre o bom samaritano é preciso esclarecer o que é uma parábola e por que Jesus as usava para falar com as pessoas naquela época.
As parábolas são histórias contadas por Jesus a fim de facilitar o ensinamento do Evangelho. Ele usava deste meio porque muitas ideias que gostaria de passar paras as pessoas eram distantes do entendimento que elas tinham. Todas as vezes que Jesus usa uma parábola para ilustrar um pensamento do Evangelho e do Reino dos Céus significa que Ele está tentando facilitar a compreensão de coisas do céu para pessoas que são humanas e terrenas. Então, houve necessidade de incluir ações cotidianas para exemplificar melhor tudo o que queria ser repassado, o que gera um melhor entendimento.
Essas histórias contadas por meio de parábolas tinham o objetivo de alcançar o coração dos que ouviam Jesus falar. As ilustrações que o Mestre utilizava tinham grande vínculo com a realidade dos ouvintes, assim, de forma perfeita Ele fazia comparações e criava lições para todos os ouvintes.
Algo muito interessante das parábolas que Jesus contava, como a do bom samaritano, é que são atemporais. Ou seja, elas eram diferentes de tudo o que vinha sendo ensinado pelos mestres de seu tempo, o que chamava atenção na época. Mas também atravessam o tempo chegando em nós nos dias atuais, que desejamos aprender os ensinamentos de Cristo pelas parábolas.
A cultura do homem da antiguidade está repleta de comparações de lições que podem ser tiradas da experiência de outros homens, e era justamente isso que ele desejava ensinar com a parábola do bom samaritano.
O bom samaritano
Em resposta, disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.
Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: ‘Cuide dele. Quando eu voltar, pagarei todas as despesas que você tiver’.
Então Jesus perguntou: ‘Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?’ ‘Aquele que teve misericórdia dele’, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: ‘Vá e faça o mesmo’.
Lucas 10:37
O enredo da parábola do bom samaritano se inicia com um fariseu, um perito na lei, questionando a Jesus sobre quem seria o seu próximo. Essa pode ser considerada uma boa pergunta já que desde aquele tempo temos como ordem amar e ajudar ao próximo. Jesus então inicia sua explicação sobre como esta verdade poderia ser cumprida – amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39).
É importante entender as ideias por trás dessa parábola, uma vez que este ato é buscado não apenas pelos cristãos que desejam amar a Deus amando seu próximo. Mas também por muitas pessoas que ainda não conhecem o amor de Jesus Cristo pelas suas vidas, mas acreditam no amor e respeito pelo outro, independente de crença, gênero ou idade.
A parábola tem como contexto uma estrada que liga Jerusalém a Jericó, onde um homem judeu cai nas mãos de salteadores que após roubarem tudo que ele possuía o deixaram nu e semi- morto à beira da estrada. Três personagens passam por aquela estrada: um deles é um sacerdote, o outro um levita e por fim um samaritano. A história se desenvolve para descrever qual atitude eles terão frente ao homem que está caído na beira da estrada.
O que há de extraordinário nesta história e que precisamos compreender é que o “herói” da história é um samaritano. Mas outro ponto muito importante é que os judeus odiavam os samaritanos, principalmente por os considerarem “impuros”, pelas diferenças religiosas e políticas da época.
A história de Jesus revela uma diferença central entre os três personagens: dois deles passam longe e um passa perto da vítima caída à beira da estrada. As razões para que cada um deles façam suas escolhas podem ser diversas. O levita e sacerdote talvez pudessem estar se dirigindo para Jerusalém com responsabilidades religiosas e não poderiam se tornar impuros tocando num homem morto e por não conhecerem seu passado e origem.
Já o samaritano escolhe arriscar-se e passar perto do homem que havia sido assaltado e violentado. Parar numa estrada e ajudar um homem semi-morto sempre será um risco. Imagine-se tomando esta atitude em um lugar deserto. Ele inclusive corria o risco de o acusarem do crime contra o homem, mas mesmo assim, ele escolheu ajudar a vítima. O samaritano socorre ao ferido com o azeite para amolecer as feridas e com vinho higienizou as feridas do homem caído na beira da estrada.
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Por meio desta, fica claro que as ações importam mais do que as palavras, uma vez que elas representam o que realmente está no coração de cada um, e as palavras, por sua vez, podem ser ditas apenas da boca para fora. No ensinamento, é dito que o samaritano amou de verdade (1 João 3:17 -18) pelo fato de ter ignorado todas as diferenças que possuía com seu próximo e tê-lo ajudado da melhor maneira que pôde.
O grande questionamento que fica é: quem é nosso próximo, para que possamos fazer isso? O samaritano não conhecia o homem caído, muito menos tinha semelhanças com ele que pudessem gerar identificação para que tomasse a decisão de ajudá-lo. Este é o exemplo e o convite que Deus faz – amar o próximo no sentido mais literal da palavra – aquele que você precisa chegar perto para se preocupar.
Amar a Deus nos levará a amar pessoas que não fazem parte de nosso trajeto original, como no caso do bom samaritano. Os problemas e conflitos das pessoas que vamos cruzar em nosso caminho precisarão do nosso azeite e do nosso vinho – da doçura e da força de nosso culto a Deus que será prestado nas estradas e caminhos onde as pessoas acabam jogadas pela vida.
O verdadeiro culto a Deus nunca passará longe das pessoas caídas mas verá nesta oportunidade de socorro, uma verdadeira oportunidade de amar a Deus e amar ao nosso próximo como a nós mesmos.
É muito importante lembrar que amar ao próximo como a si mesmo só é possível quando entregamos nossas vidas e desejos egocêntricos nas mãos de Deus. Só com a certeza que Ele cuida de nós, conseguiremos nos desligar de nós mesmos para nos preocuparmos com as necessidades dos outros.
Ensinamentos do bom samaritano para os dias atuais
Nesta parábola, percebe-se que uma das grandes questões é a indiferença. No mundo atual, é comum notar tal sentimento, sendo ele o culpado por vários deslizes humanitários e pela falta de empatia. Amar e cuidar do próximo, tomando as necessidades dele como se fossem as suas é posto na Bíblia como forma de esperança, pois preocupar-se pelos outros é importante para o funcionamento da sociedade.
É preciso destacar, ainda, que as falhas do outro não podem ser levadas em conta no momento da ajuda, isto é, deve-se abandonar questões diversas, que separam os indivíduos, para prontamente ajudá-los como for necessário. Isso pode ser observado no seguinte trecho: “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tiago 1:27).
Por causa disso, os dois principais mandamentos de Jesus Cristo são: “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar o próximo como a si mesmo”. Esses belos mandamentos não andam separados um do outro. Não é possível amar ao próximo sem amar a Deus, porque apenas Ele ama incondicionalmente cada uma das pessoas e nos capacita a deixar as diferenças para amarmos uns aos outros. Também é impossível não amar ao próximo e amar a Deus, uma vez que cada pessoa é a Imagem e Semelhança do Senhor.
Estamos muito acostumados com o sentimento do amor, mas essas sensações vão embora. Para amar de fato e de verdade não devemos ter apenas sentimentos, nem apenas ações. Mas sim, ações como frutos de um coração que sabe o quanto é amado por Deus e assim deseja espalhar a mensagem do amor de Cristo para todas as pessoas.
Segundo a Palavra Sagrada: “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.” Portanto, quando alguém que tem recursos materiais vê seu irmão em necessidade e não o ajuda, como pode permanecer nele o amor de Deus? “Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.” (1 João 3:16 -18).
