No período da história de Israel, a nação judaica possuía uma forma de governo orientada pelos sacerdotes com o objetivo de ser um povo teocêntrico, dirigidos pela vontade soberana de Deus. Estranhamos este relato porque se Deus haveria de dirigir o Seu povo, e se a estrutura de governo era constituída para que Deus fosse o Rei, por que então não se comunicaria com o Seu povo?
“Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram frequentes”.
I Samuel 3:1b
Respostas mais simplistas nos diriam que Deus se calou para com o Seu povo por causa do pecado de idolatria geral da nação, informação que reflete um aspecto da vida do povo de Israel – do sincretismo religioso durante o período anterior ao exílio babilônico.
No entanto, segundo a descrição geral da História, a nação judaica foi uma nação monoteísta em sua existência. E ficamos com um problema para aceitar qual das versões melhor reflete a história desde povo. Eu, porém, creio que ambas descrevem aspectos do povo de Israel quanto à sua religiosidade, porque embora houvessem assumido concepções pagãs dos povos vizinhos, eles continuavam na prática de seus ancestrais de adorar Iavé.
Assim, chegamos a conclusão de que o povo tinha crenças interiores e práticas diferentes. Adoravam um Deus que exigia exclusividade por declarar-se o único Deus verdadeiro, mas estavam dominados pelos encantos sedutores das outras religiões que reuniam em seu culto e atos religiosos tanto a violência quanto a prostituição. Criam assim a dualidade de culto: o culto formal ao Deus único, e uma religiosidade com bonificações de prazer. Na possibilidade de estarem enganados com aquela concepção do único Deus, não desagradariam aos demais.
É neste contexto que este texto está inserido: quando não existiam reis mas sim líderes religiosos que comandavam o povo. E ele nos indica o clamor daquela época para que surjam pessoas que escutem a voz de Deus, que ouçam Deus se comunicar, que entendam a expressão desta comunicação, comunicação difícil naqueles dias de tanta duplicidade.
Por isto, mais do que naquela época, precisamos desesperadamente de pessoas que ouçam a palavra do Senhor e que viram, de modo que Deus se torne presente em nossa geração.
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