Surgida na época do Neolítico (6000 a.C.), a cidade grega de Corinto foi um dos centros econômicos e culturais mais promissores de toda a Grécia Antiga. Foi um polo de desenvolvimento comercial e marítimo que acarretou numa rica cultura e economia na região.
Seu caráter religioso também é extremamente relevante: a cidade abrigou, por um ano e meio, a jornada missionária do apóstolo Paulo, que ali edificou uma igreja.
Corinto também ficou conhecida por sediar os Jogos Ístmicos, além de dar nome a uma batalha (batalha de Corinto), que aconteceu anos depois – em 146 a.C. – e culminou na destruição da cidade-estado grega, reconstruída em 46 a.C. por Júlio César.
Atualmente, é a segunda maior cidade da região do Peloponeso, com vários espaços de interesse para turistas e seus 58 mil habitantes.
Onde fica Corinto?
Corinto, a antiga cidade-estado grega, fica localizada na região do Peloponeso, há 48 quilômetros da capital, Atenas. Faz parte do Município de Corinto, como sede e unidade municipal, desde 2011.
Se localiza próxima às antigas ruínas, com apenas 5 quilômetros de distância.
Economia em Corinto
Localizado em uma estreita faixa de terra conectando o Peloponeso, um península do sul da Grécia, com a Grécia central e o resto da Europa, Corinto desfrutava de um fluxo constante de comércio.
A principal fonte de movimentação econômica na antiguidade eram seus dois portos, que a transformaram em uma grande potência naval da época. A cidade tinha duas esplêndidas cidades portuárias – Cencréia, o porto oriental do Golfo Sarônico; e Lequeu, o porto ocidental no Golfo de Corinto. Sua localização litorânea também fortaleceu o comércio e as comunicações com outras penínsulas.
Sempre um centro comercial, Corinto já era próspera e famosa por seu bronze, cerâmica e construção naval há mais de 800 anos antes de Cristo. O poeta grego Homero mencionou “a rica Corinto” em 850 a.C.
Nas áreas periféricas ao redor de Corinto, os agricultores cultivavam seus grãos, campos, vinhas e olivais. Mas o coração de Corinto era a própria cidade, cercada por muros de 10 quilômetros de circunferência. A maior parte dos negócios diários era conduzida na ágora (fórum, a praça central da cidade) ou no mercado.
A vida em Corinto
Antes conhecida por sua luxúria, a cidade, depois de tantos séculos de altos e baixos, oferece hoje uma vida pacata a seus habitantes. Através de seu turismo relativamente regular, a região mantém sua economia e se mostra uma cidade estável para viver e visitar.
É interessante ressaltar, também, seu importante viés histórico-religioso, muito presente no cotidiano dos moradores e turistas.
A religião em Corinto
A cidade, seguindo o padrão grego, era, na antiguidade, majoritariamente politeísta. Seus jogos Ístmicos, por exemplo, eram feitos em honra de Poseidon (deus do mar), além de existirem templos para Apolo e Afrodite.
Porém, após a visita do apóstolo Paulo, não só uma boa parte dos habitantes foi convertida ao cristianismo, mas também a cultura religiosa da cidade tornou-se monoteísta.
Cristianismo em Corinto
Como Éfeso, Corinto era o elo de ligação entre Roma, a capital do mundo, e o Oriente. Quando Paulo chegou lá, havia cerca de 500.000 pessoas vivendo na cidade.
Era um momento de prosperidade na região, com comerciantes e marinheiros ansiosos para trabalhar nas docas da cidade. Escravos, alguns libertos, mas sem ter para onde ir, perambulavam pelas ruas de Corinto, dia e noite. Meretrizes e cortesãs eram abundantes. Pessoas de Roma, do resto da Grécia, do Egito, da Ásia Menor – na verdade, todo o mundo mediterrâneo – apreciavam o clima de “libertinagem” que prevalecia em Corinto.
Essas foram as pessoas que eventualmente formaram a igreja de Corinto, formada pelo apóstolo Paulo no ano 51 d.C. (Atos 18: 1-18). Elas tiveram que aprender a viver juntas em harmonia, embora fossem de diferentes origens sociais, econômicas, geográficas e religiosas.
Vários aspectos da organização social daquela época contribuíram para o rebaixamento da moralidade na cidade nos tempos bíblicos. A política romana de “pão e circo”, criada para aplacar as iniciativas políticas da população, enfatizou as satisfações sensuais.
A prostituição não só era uma instituição reconhecida, mas pela influência dos cultos de fertilidade da Ásia Menor, especialmente Síria e Fenícia, tornou-se uma parte dos ritos religiosos em certos templos.
A cidade de Corinto continha um templo de Afrodite (ou Vênus), localizado no topo de uma colina fortificada, onde “serviam” mais de mil mulheres, chamadas “prostitutas sagradas”. Até mesmo o incesto era tolerável para os coríntios. Por esta razão, o apóstolo Paulo às vezes teve que lidar duramente com os novos convertidos que moravam em Corinto.
Muitos templos tinham salas de jantar adjacentes, onde ocorriam refeições como parte do culto aos deuses. Evidências arqueológicas indicam que eram comuns na região de Corinto, fato que embasa os problemas abordados em 1 Coríntios 8-11.
A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos.
Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.
Pois, se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos?
Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem.
1 Coríntios 8:8-11
Apesar da notória reputação de Corinto, Deus usou o apóstolo Paulo para estabelecer uma igreja vigorosa na cidade.
Mais tarde, Paulo escreveu pelo menos duas cartas para a igreja de Corinto. Ambas lidam com divisões na igreja, bem como a imoralidade. Apesar de todas essas questões, o evangelho, isto é, os ensinamentos de Cristo, floresceu em Corinto – e ilustra a graça de Deus que alcança tanto o nobre quanto o necessitado.
Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento.
Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.
Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.
É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção,
para que, como está escrito: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor”.
1 Coríntios 1:26-31
As cartas de Paulo aos Coríntios
Paulo escreveu duas cartas para a igreja que ele tinha formado em Corinto. A primeira carta é única entre as cartas paulinas pela variedade de suas preocupações e tratativas.
A segunda carta aos Coríntios é uma das cartas mais pessoais de Paulo, contendo uma riqueza de percepções sobre seu coração de pastor. Ambas as cartas revelam o grau em que Paulo se identificou com suas igrejas, sofrendo nas suas deficiências e celebrando suas vitórias.
A leitura das cartas de Paulo aos coríntios nos remetem a um mundo muito parecido com o nosso. Paulo, o pastor zeloso, escreveu a jovens cristãos que estavam preocupados, envolvidos em problemas mas desejosos de viver a vida cristã em um ambiente não-cristão.
Corinto na História
A cidade surgiu no período neolítico, aproximadamente em 6000 a.C, e, por situar-se na Grécia, a mitologia se mostra muito presente até mesmo em teorias de fundação da cidade.
Foi uma das mais prósperas entre as cidades-estado gregas e sua supremacia – principalmente durante o Período Arcaico – pode ser justificada por sua localização, que estimulou o comércio da região.
Sua autoridade local desencadeou um processo de expansionismo, em que foram estabelecidas colônias na região noroeste da Grécia ao passo que sua economia era movida pelos dois portos da cidade. À época, ficou conhecida por sua luxúria, estilo de arquitetura e seus jogos pan-helênicos.
Nos séculos antes de Cristo, Corinto competiu pelo poder com Atenas, seu vizinho mais forte através do istmo ao norte. E em 146 a.C. os exércitos invasores romanos destruíram Corinto, matando os homens e escravizando as mulheres e crianças. Um acordo simbólico permaneceu até 44 a.C., quando Júlio César ordenou a reconstrução da cidade. Não só ele a restaurou como a capital da província romana da Acaia, mas também a repovoou com romanos libertos e escravos de todas as nações.
Além das guerras, a cidade passou por muitos desastres naturais, como terremotos, que devastaram todo o território.
Corinto hoje
Atualmente a cidade conta com cerca de 60 mil habitantes. Muito religiosa e serena, tem o turismo como principal fonte econômica.
A Corinto que Paulo conhecia foi parcialmente destruída por um terremoto no ano de 521, e foi então totalmente devastada por outro em 1858. A Corinto moderna, reconstruída a cerca de 4 quilômetros do antigo local, é uma cidade convencional – certamente não mais uma metrópole nem um centro comercial próspero, mas os habitantes só precisam olhar para as ruínas antigas para lembrar as antigas glória de sua cidade.
Turismo em Corinto
Corinto, desde a Grécia Antiga, se apresentou como uma das principais cidades do Peloponeso. Nos dias de hoje, a cidade conta com cerca de 60 mil habitantes.
Mas o que fazer numa cidade com tanta história? Será que apenas visitar e pensar em seu significado e história? Não! Há muitos pontos que podem ser visitados.
Veja lugares para visitar em Corinto:
Acrocorinto
Com uma linda paisagem natural de rochas – característica da arquitetura Bizantina – o Acrocorinto (que significa “Corinto superior”), apresenta uma vista de toda a antiga cidade, além de montanhas, do mar e do golfo.
O lugar é preparado para o turismo, com estacionamento e entrada gratuita.
Templo de Apolo
Localizado na Antiga Corinto, o Templo de Apolo é uma estrutura monolítica construída em colunas, datada de 560 a. C.
A religião grega clássica era centrada nos deuses olímpicos. Cada deus era honrado com templos, estátuas e santuários feitos de pedra. As cidades-Estados realizavam vários festivais e rituais durante todo o ano, com particular ênfase voltada para o deus padroeiro da cidade – e em Corinto, os festivais eram oferecidos a Apolo.
O museu da antiga Corinto
É um museu pequeno, mas que contém uma coleção muito interessante. Há cartazes em inglês que ajudam os turistas a entender o que cada objeto, peça, artefato, escultura, relevo e sala significam.
Algumas coisa que você pode aprender ao visitar esse museu:
- Os habitantes da cidade também tinham jogos próprios para comemorar Poseidon. Eles são chamados de Jogos do Istmo;
- A cidade possui uma bela área para artistas e artesãos, onde, principalmente, as obras de cerâmica se destacavam;
- A cidade tinha dois portos. Visto que recebiam tipos distintos de mercadorias, o porto precisava de diferentes recipientes de cerâmica. No museu, há uma genial explicação, mostrando cada tipo de utensílio ou vaso e sua função;
- A maioria dos meninos e apenas algumas meninas aprenderam a ler, escrever, aritmética e música. Para o ensino de música, costumam usar lira e flauta.
Canal de Corinto
É um caminho de água de seis quilômetros, que conecta o golfo de Corinto com o Mar Egeu. Construído no final do século XIX, o canal converteu a região do Peloponeso em uma ilha, o que foi essencial para o desenvolvimento. A via de água permite economizar cerca de 400 quilômetros, porém grandes navios não podem utilizá-lo.
O lugar é o principal ponto turístico de Corinto. E pode ser justificado por conta de sua beleza atrelada à bagagem histórica que o canal carrega.
Até mesmo os grandes majestosos navios cruzeiros atravessam o canal:
Você também pode visualizar o Canal de Corinto no Google Earth clicando aqui.
Gostaria de chamar a atencao de que Paulo escreveu mais que duas carta a igreja de Corinto. Na realidade, pelo menos quatro cartas foram escritas, creem os estudiosos. Na Biblia, so encontramos duas. Mas as outras cartas foram mencionadas por Paulo nas cartas que conhecemos como 1 e 2 Corintios. Leia 1 Corintios 5:9 e 2 Corintios 2:4; 7:8).