A história do monge Martinho Lutero é a de um homem à procura de Deus e de redenção para sua alma. Ele procura desesperadamente tornar-se justo para viver próximo a Deus. Suas penitências e confissões multiplicadas através dos anos, não conseguem trazer paz para seu coração em guerra.
Ele não consegue o perdão que tanto procura para seus erros. Tudo que ele sabe, tudo que ele viu, tudo o que ele leu não é suficiente para mitigar seu sofrimento espiritual. No dia em que ele lê que: “o justo viverá pela fé” é possuído pela verdade de que o homem só pode ser salvo pela fé em Jesus Cristo, o filho de Deus que morreu no lugar dos pecadores que o invocam para a salvação. Os céus se abrem diante de seus olhos e ele encontra a paz. Sua vida passa por uma profunda transformação. Ele afixa noventa e cinco teses em Wittemberg como resultado deste encontro pessoal com Deus. Nestas teses, ele passa a proclamar que só existe salvação nas boas novas do evangelho do Senhor Jesus. Por esta razão, as penitências não podem salvar, os santos não podem purgar, expiar ou interceder pela salvação de nenhum ser humano. Eles são nulos para a obra da redenção. A idolatria é um pecado diante de Deus!
Segundo Lutero: “Esta é, pois, a obra do primeiro mandamento, que ordena: Não tenhas outros deuses, o que significa – como eu sou o único Deus, tu deves colocar toda a tua segurança, confiança e fé apenas em mim, e em mais ninguém.” Entretanto, não existem somente ídolos em forma de estátua. Ídolos podem ser escolhas, pessoas, histórias religiosas boas, mas que tomaram o lugar que pertence a Deus.
Quando tributamos nossa confiança, respeito e admiração a pessoas, recursos, amores que tomam a fé que deveríamos depositar em Deus, nós nos tornamos idólatras. Ídolos se manifestam de diversas maneira. Ousamos afirmar que nosso trabalho é o único provedor de nossa subsistência. A pessoa que amamos, divinizamos. Os hábitos religiosos que repetimos sem questionar, tomam o lugar do Senhor. Ídolos se levantam discretos. Nós gostamos de negar nossa idolatria. Afirmamos que não são nossos deuses são somente representações de que existe algo mais sublime para nosso futuro. Idolatria!
A idolatria pode ser reconhecida através de nossa total recusa de abandonar os deuses que elevamos no lugar da Trindade santa. Quando nos sentimos confrontados por questionamentos sobre quem é o primeiro em nosso viver, manifestamos raiva, rancor, rebeldia e negação sobre os processos que se instalaram em nosso coração, no lugar do trono do Senhor do universo. Não aceitamos abandonar os altares que edificamos para as criaturas e obras que Deus nos concedeu. Misturamos criatura e Criador como aqueles que levantam imagens.
Quando Deus nos conscientiza de nossa idolatria, expondo as raízes profundas onde depositamos a nossa confiança, você precisará destruir os altares dos velhos deuses de sua vida. Necessitará do arrependimento profundo de quem deixou de cultuar a Deus que tudo pode, tudo sabe e está em toda parte para colocar em seu lugar a você mesmo e a sua vontade. Neste instante, Deus se apresentará a você como o Senhor de sua vida, Pai amoroso que não deseja que sua vida se perca em idolatria que é a substituição do Deus verdadeiro por outros senhores.
Nossa rebeldia contra Deus sempre se consolida como idolatria – colocar outro senhor sobre nossas vidas e seguir pelo curso que estes deuses impuserem sobre nós, abandonando ao nosso Criador. O arrependimento nos traz de volta para a casa do Pai.
“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.”
Êxodo 20.2,3
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