Hipócrates (460 – 380 a.C.), considerado por muitos como o “pai da medicina”, foi uma peça chave no florescimento intelectual grego. Uma de suas frases mais famosas é: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”. O que já revela uma grande importância da alimentação para a saúde do ser humano, desde a Antiguidade.
Durante o Período Arcaico, na Grécia, as doenças estavam intimamente relacionadas à religião e ao considerado místico. Ou seja, qualquer desconforto no organismo era culpa dos deuses. Já no Período Clássico, houve um momento em que a filosofia, a medicina e a história passaram a se desenvolver, e os animais serviam de inspiração para se conhecer mais sobre o corpo humano.
A partir do século V a.c. os médicos começaram a ser responsáveis pela prescrição e aplicação de plantas, e estavam adquirindo cada vez mais conhecimento prévio sobre suas ações no corpo. Além disso, técnicas de cirurgia eram desenvolvidas para serem utilizadas em ferimentos causados por guerras. Assim, as explicações racionais para as doenças começaram a surgir.
Outras civilizações antigas também já utilizavam itens naturais para o tratamento de enfermidades. Os egípcios escolhiam o mel, que tem poder antisséptico, para limpar feridas no corpo e na boca. Além de frutas e outras resinas para finalizar o procedimento.
Hoje, mesmo com a abundância de remédios e disponibilidade de procedimentos existentes, muitas pessoas ainda procuram métodos naturais para uma melhor qualidade de vida e para o tratamento e prevenção de desconfortos, o que evita alguns efeitos colaterais das medicações tradicionais. Chás, ervas, temperos e outros tipos de alimentos estão na lista dos escolhidos. Confira alguns seguir!
Benefícios terapêuticos de alguns chás
Os chás apresentam um potencial terapêutico enorme. Muitos auxiliam no combate à insônia e às inflamações recorrentes no organismo. Outros, contribuem no processo de emagrecimento, pois atuam na eliminação de toxinas e diminuição da retenção de líquidos, se aliados à uma alimentação saudável e à prática de exercícios regulares. Conheça alguns deles!
Capim-santo
O capim-santo tem um composto antimicrobiano e antifúngico eficaz na inibição e destruição de micro-organismos e que atua diretamente na capacidade do corpo de aproveitar a vitamina A, indispensável para uma boa visão e para a renovação das células. O mirceno, outro item da planta, é um analgésico. Já os outros componentes têm a função de inibição da coagulação sanguínea. Seu extrato pode ser aplicado a feridas abertas, pois sua erva pode ser considerada um antisséptico que previne infecções.
O seu óleo é muito utilizado na aromaterapia, pois alivia estresse e tensões no corpo. É usado também em forma sólida para tratar dores articulares e em banhos para aliviar os músculos doloridos. Para quem sofre com cefaleia e dor de estômago também é uma boa opção. Se diluído, atua como antifúngico em pé-de-atleta e micoses.
Boldo
O boldo pode causar vômitos, diarreia, problemas no sistema nervoso e até abortos. Por isso, não é indicado para lactantes, gestantes, pacientes com cirrose, pancreatite, hepatite e inflamação das vias biliares. Em contrapartida, diminui a azia e os gases e melhora a digestão. Indivíduos que sofrem com gastrite também devem procurar por um tratamento específico com a planta.
Camomila
A camomila é uma planta com uma forte ação calmante. O seu nome científico é Matricaria recutita, mas é também conhecida como margaça, camomila-vulgar, camomila-comum, macela-nobre e macela-galega. Além do seu chá ser excelente para ajudar a dormir melhor, ele também diminui a hiperatividade e auxilia no tratamento de problemas estomacais, digestão e úlceras. Para quem sente cólicas menstruais, é um bom remédio natural.
Mulungu
A planta tem ação tranquilizante e sedativa. O ideal é que não sejam utilizadas as suas sementes, pois são tóxicas. Para o chá, você vai precisar da sua casca e de água fervente. Seu efeito hipotensivo e diurético e atuação na diminuição da bronquite asmática merecem destaque. Além disso, é antibacteriano.
Maracujá
O maracujá é uma fruta rica em vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo, sódio e potássio. O seu chá é indicado para pessoas com insônia, pois contém alcaloides e flavonoides, substâncias que agem no sistema nervoso central e atuam como tranquilizantes.
Flor de hibisco
Ao contrário das opções anteriores, a flor de hibisco não tem efeito calmante. Pelo contrário: é altamente termogênica. Isso significa que o chá de hibisco vai contribuir para um aumento do metabolismo, o que fará com que mais calorias sejam gastas ao longo do dia. Com uma alimentação equilibrada e ajustada de acordo com seus objetivos, ele aumentará a sua disposição diária e agirá contra a retenção de líquidos.
Sal do Himalaia é mais saudável?
A Organização Mundial da Saúde – OMS – recomenda o consumo de, no máximo, 5 gramas de sal branco por dia. Muitos nutricionistas afirmam que o consumo de sal rosa também deve seguir essas proporções, ou seja, a quantidade de sódio não é muito diferente de uma versão para a outra. Mas, mesmo assim, outras características são encontradas: ele apresenta uma maior quantidade de magnésio, ferro, potássio e cálcio.
Em questão de custo-benefício, não há evidências de que o sal do Himalaia seja tão benéfico à saúde. Os nutrientes extras (minerais) são encontrados em valores muito pequenos: seria necessário ingerir mais de um quilo de sal rosa para obter a quantidade diária recomendada de algum elemento. Para saber mais, clique aqui!
Óleo de coco: mito ou verdade?
Apesar da alta quantidade de gorduras saturadas que o óleo de coco apresenta, a maioria são triglicerídeos de cadeia média (TCM), ou seja, é dito que eles são logo convertidos em energia e não se acumulam em forma de gordura. Entretanto, existem controvérsias em relação ao seu consumo e seus benefícios. A quantidade de calorias é bem elavada e, por isso, deve-se ter cautela ao ingerir. Como no azeite, é preciso estar atento se é o extravirgem, e não o convencional: o refinado e o hidrogenado devem ser evitados.
Apesar de alguns estudos terem concluído que o óleo de coco extravirgem apresenta benefícios para o tratamento e prevenção de doenças como diabetes, por exemplo, a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) considera que as análises não são completas e eficazes.
Limão em jejum: é necessário?
O limão quase não apresenta calorias. Por isso, é muito utilizado em dietas de emagrecimento. Além disso, a fruta estimula a digestão, melhora o funcionamento do trato gastrointestinal e contribui na eliminação do excesso de toxinas. Devido ao sabor cítrico do seu caldo, é uma boa opção para misturar no chá de gengibre e tratar resfriados e gripes.
Entretanto, o processo de perda de gordura não está relacionado à famosa água com limão em jejum. Para que a pessoa realmente emagreça, ela precisa ingerir menos calorias do que gasta, ou seja, colocar o déficit calórico em ação.
Grão de mostarda: uso culinário e medicinal
As sementes da mostarda são utilizadas desde a Antiguidade com fins medicinais ou culinários. Os egípcios a usavam para lidar com os problemas respiratórios. Os dois tipos de sementes, a amarela e a marrom, são utilizadas na fabricação do molho de mostarda, muito utilizado como acompanhamento de outros pratos em todo o mundo.
A mostarda é rica em vitamina A, vitaminas do complexo B e em sais minerais. Também possui uma pequena quantidade de calorias, sendo indicada para pessoas que querem manter ou reduzir o peso.
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